2 Dias em Paris


Em seu segundo longa-metragem, Julie Delpy demonstra que as sombras das produções Antes do Amanhacer e Antes do Pôr-do-Sol ainda a perseguem. Com este drama contemporrâneo, a atriz e diretora alterna discussões banais relativas às bobagens do dia-a-dia com momentos típicos das comédias de erros.

O casal protagonista encontra o timing certo para a relação a dois. Na trama, os dois estão fazendo um tour pela Europa e, antes de retornarem aos Estados Unidos, decidem permanecer dois dias em Paris. É na capital francesa que a família dela vive, assim como seus antigos amores.

Justamente por ter seu nome associado aos filmes anteriormente citados, espera-se que essa produção fosse no mínimo parecida com aqueles que dividia a tela com Ethan Hawke (e esse fosse, teria obtido um resultado muito superior). Os momentos parecidos são os que mais valem a pena. As tramas possuem semelhanças, porém algumas confusões e questionamentos sobre a vida sexual da personagem de Delpy diferem os projetos entre si.

Os dez minutos iniciais ameaçam a apresentação de um filme muito diferente do que se assiste no decorrer da exibição. Tanto a abertura como o encerramento são de uma beleza cinematográfica que já garantem a sessão. Mesmo com momentos inspirados e alguns diálogos realmente bons, o produto é interessante, mas ainda assim razoável.

Nota: 6,0

[REC]


Levou quase uma década para Hollywood começar a explorar o cinema estilo “Bruxa de Blair”. A técnica foi repetida esse ano com bastante êxito em “Cloverfield”, porém um ano antes, o terror espanhol “[REC]” já havia utilizado esse formato para transmitir maior angústia e tensão ao espectador.

O filme concentra sua ação em praticamente um único ambiente: um prédio residencial na cidade de Barcelona, que repentinamente é lacrado pelo governo sem explicação aparente. Dentro do edifício estão os moradores, o corpo de bombeiros que recebeu uma chamada suspeita e uma equipe de reportagem que estava acompanhando o dia-a-dia desses profissionais. O que assistimos na tela são as imagens desse cinegrafista e a narração da repórter que acompanham a proliferação de um vírus mutante surgido no local.

O modesto longa-metragem adquire o tom realista imprescindível para esse tipo de projeto e ainda revela a talentosa Manuela Velasco. Alguns sustos e um final aterrador completam o pacote desse interessante filme de terror. O remake foi encomendado às presas por Hollywood e a versão americana estreou mês passado sob o título de “Quarentena”.


Nota: 7,6