tag:blogger.com,1999:blog-55372429347883774072024-03-13T03:10:19.172-07:00CinemaXMaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.comBlogger300125tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-25657022617695066912019-02-08T12:58:00.000-08:002019-02-08T13:01:36.482-08:00Crítica: Velvet Buzzsaw<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-Yzy5RPrIh10/XF3tGDqyv5I/AAAAAAAACqA/-EuCUSMCBJ0IszyaZTxNu8QQZ2sOsITdACLcBGAs/s1600/velvet_buzzsaw__2019__netflix_alternative_poster_by_amazing_zuckonit_dcy15xm-pre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1105" data-original-width="723" height="400" src="https://3.bp.blogspot.com/-Yzy5RPrIh10/XF3tGDqyv5I/AAAAAAAACqA/-EuCUSMCBJ0IszyaZTxNu8QQZ2sOsITdACLcBGAs/s400/velvet_buzzsaw__2019__netflix_alternative_poster_by_amazing_zuckonit_dcy15xm-pre.jpg" width="260" /></a></div>
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"Velvet Buzzsaw" é um filme de nicho. Alternativo em sua essência, aborda o mundo da arte através do comércio de telas para compradores milionários. Os protagonistas da trama são donos de galerias, artistas e críticos de arte. Esse ambiente elitista, somado a alguns toques do horror, serve de metáfora para muitas questões contemporâneas.</div>
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Se fosse lançado há uma década, o título certamente seria pouco alugado na locadora, frente aos blockbusters do momento. Porém, o consumo de cinema mudou e "Velvet Buzzsaw" é uma das primeiras novidades de 2019 no catálogo dos originais da Netflix, tendo como chamariz o nome de Jake Gyllenhaal à frente do elenco. O convite atraiu, para o bem e para o mal, diversos desavisados.</div>
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A primeira pista de que esta não será uma receita de fácil digestão é a assinatura de Dan Gilroy como diretor e roteirista do projeto. Ele possui como destaque em seu currículo o longa "O Abutre", de 2014, em que apresenta um retrato sombrio da prática jornalística, alicerçada na falta de ética e no sensacionalismo.</div>
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Com seu novo filme, Gilroy envereda por uma trama satírica sobre a cena artística de Los Angeles. Introduz o funcionamento deste curioso universo, baseado em cinismo e altas cifras, para gradativamente revelar sua análise negativa do mesmo.</div>
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A narrativa tem início quando a assistente de uma galeria de arte, Josephina (Zawe Ashton, do seriado "Wanderlust"), encontra seu vizinho morto. Ele é Vetril Dease, um desconhecido artista que deixou em seu apartamento inúmeras pinturas. Hipnotizada pelas imagens e sabendo que o legado vai para o lixo, Josephina decide ficar com as telas.</div>
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Todos os personagens do filme, de certa forma, serão envolvidos pelo trabalho de Dease. Seus quadros transformam-se em uma sensação no circuito da arte. Eis que o espírito do artista que nunca foi valorizado se personifica nas obras para buscar sua vingança, principalmente daqueles que tentam lucrar com as telas do falecido.</div>
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A partir deste ponto, o longa-metragem passa a seguir uma sucessão de mortes bizarras. Dease, supostamente, estaria punindo quem utiliza a arte como uma oportunidade para gerar status e lucro. O personagem de Gyllenhaal chega a comentar que existe um nojo, por parte do assassino, pelo mundo do dinheiro. Ou seja, quando a arte colide com o comércio.</div>
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O espírito do pintor salva aqueles que lidam com a arte de uma forma mais saudável, tendo-a como uma forma de expressão, original, verdadeira, de puro sentimento, catarse. Imerso nesse universo, o roteiro ainda debate a pergunta universal dentro da área: “o que é arte?”, seja através da cena de um crime vista como parte de uma exposição ou sacos de lixo que são confundidos como novas obras de um excêntrico artista.</div>
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Há um tom de humor que permeia todo discurso. Gyllenhaal, o nome à frente do elenco, não decepciona em mais uma surpreendente performance - mesmo que, por vezes, fuja do personagem. Rene Russo também rouba a cena como Rhodora, uma ambiciosa dona de galeria. O elenco ainda comporta nomes como Toni Collette ("Hereditário") e John Malkovich ("Bird box"), além de jovens talentos como Natalia Dyer ("Stranger Things"), Billy Magnussen ("A Noite do Jogo") e Tom Sturridge ("Mary Shelley").</div>
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Independentemente se é bom ou ruim, "Velvet Buzzsaw" é um filme extremamente intrigante. Envolve o espectador pelas excentricidades, embora enquanto terror não seja tão eficaz. As mortes são previsíveis, mesmo que por vezes causem arrepios. O interessante da história está nas discussões que provoca após os créditos finais. Depois de "O Abutre", seria esta uma visão pessimista de Gilroy para o mundo da arte? Ou para qualquer atividade a qual nos tornamos responsáveis em nossas vidas?</div>
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Nota: 7,5<br /><br /><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/kzi-CTrs2g8" width="500"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-44286986753665112942017-07-08T00:30:00.000-07:002017-07-08T00:30:25.085-07:00Crítica: Jackie <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-o4TNFiuaejw/WV6hMRCaZXI/AAAAAAAACpY/mTQQwzlnykwKApNSKp3Q82M3im7EktOLgCLcBGAs/s1600/jackie_xlg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1012" height="400" src="https://4.bp.blogspot.com/-o4TNFiuaejw/WV6hMRCaZXI/AAAAAAAACpY/mTQQwzlnykwKApNSKp3Q82M3im7EktOLgCLcBGAs/s400/jackie_xlg.jpg" width="268" /></a></div>
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<br />"Jackie" não é uma cinebiografia tradicional, acompanhando desde o nascimento até a morte da primeira-dama mais famosa dos Estados Unidos. O filme dirigido pelo chileno Pablo Larrain ("No") se passa sete dias após o assassinato do presidente Kennedy, quando sua esposa decide quebrar o silêncio e falar com a imprensa.<br /><br />Jacqueline recebe em sua casa o jornalista Theodore White (Billy Crudup), que, durante a conversa, fará com que sua fonte relembre a trajetória ao lado do marido e, principalmente, os acontecimentos entre a morte de JFK e o seu funeral.<br /><br />O forte sotaque, a voz doce e os trejeitos levemente discordenados de Natalie Portman na pele da protagonista incomodam em um primeiro momento. O desconforto pela atuação carregada logo dilui-se frente ao trabalho dedicado tanto na fidelidade quanto na caracterização da homenageada.<br /><br />A Jackie de Portman fisga o espectador e revela um trabalho elegante que, ao fim da sessão, fará com que este reveja sua opinião quanto a improvável escalação da atriz para viver a personagem. Depois de "Cisne Negro", certamente esta é sua melhor atuação.<br /><br />Durante a entrevista, a ex-primeira-dama revela a jogada de mestre - ou de marketing mesmo - executada durante seus últimos dias na Casa Branca. Atormentada pela possibilidade de terminar sem nenhum tostão como a esposa de Abraham Lincoln, considerado a principal referência na política norte-americana, Jackie aproveita para oferecer a solenidade que seu marido, a nação e o mundo merecem.<br /><br />A primeira-dama percebe que esta é a chance de garantir o lugar de John F. Kennedy na história. Para isso, ela enfrentará uma corja de homens poderosos querendo barrar suas ideias, incluindo o próprio irmão do falecido, Bobby (Peter Sarsgaard).<br /><br />Apesar da aparente fragilidade, Jacqueline sabe que aquele é o momento decisivo da sua vida, e o torna num espetáculo, com direito à carruagem para carregar o caixão numa marcha solene pelas ruas de Washington. A primeira-dama também faz questão que seus filhos pequenos participem da cerimônia.<br /><br />Desta forma, a produção apresenta o momento mais obscuro da figura pública que foi Jackie Kennedy, sem os tradicionais acenos e sorrisos em terninhos coloridos. A tela explora, na verdade, um momento de luto. Aliás, a cena da morte, inclusive com a bala explodindo o cérebro do presidente, é repetida diversas vezes na projeção.<br /><br />Naquele momento, o sonho se desfaz frente aos olhos de Jackie, que esteve apenas dois anos na Casa Branca. Vê tudo ruir ao seu redor. A morte de JFK significa perder o marido, o pai de seus filhos, o casamento, o título de primeira-dama, a estadia na Casa Branca, sua fonte de renda/sustento e até mesmo seu sobrenome.<br /><br />"Jackie" é um filme sobre perda, sobre legado, sobre a força feminina, mesmo que por vezes revele interesses e preocupações fúteis da biografada, como decorar a Casa Branca ou oferecer concertos para a elite. Por fim, a jornada resulta num amadurecimento da personagem, que precisa lidar com as desventuras do destino. O longa comprova que, além de John Kennedy, nascia uma outra lenda. <br /><br />Nota: 7,5<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/vYAfwkwNpwI" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-70775336520013699142017-07-01T00:02:00.000-07:002017-07-01T00:02:00.760-07:00Crítica: Mulheres do Século 20<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-vQobnfn7zHI/WVVu5tHL7vI/AAAAAAAACoU/CNTSx3p80xQ8q9ZztWsVTvXzW-Mub9aPACLcBGAs/s1600/306608.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1089" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-vQobnfn7zHI/WVVu5tHL7vI/AAAAAAAACoU/CNTSx3p80xQ8q9ZztWsVTvXzW-Mub9aPACLcBGAs/s400/306608.jpg" width="271" /></a></div>
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Santa Bárbara, 1979. O mundo vive um período de transformações sociais que atingem a relação entre uma mãe solteira e seu filho adolescente, na famosa praia da Califórnia. "Mulheres do Século 20" é um filme de personagens - e também mais um projeto irregular do diretor Mike Mills, conhecido pelos dramas indie "Impulsividade" e "Toda Forma de Amor". <br />
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No papel de Dorothea Fields, a veterana Annette Bening é a força motriz da produção. Sua escolha foi fundamental para transparecer a montanha-russa emocional da mãe e proprietária de uma casa em constante reforma. Simbolismos aí? Talvez. <br />
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Ao longo da trama, a protagonista apresenta atitudes contraditórias, sejam elas curiosas, castradoras e até modernas e libertárias. Desta forma, Dorothea simboliza a mulher em transição dos anos 1970, que tenta acompanhar as mudanças atravessadas pelas décadas. <br />
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Em sua casa, ela abriga duas jovens: Abbie (Greta Gerwig), uma fotógrafa que deixou a família para alugar um espaço para si, e Julie (Elle Faning), amiga e interesse amoroso de seu filho que passa as noites escondidas no quarto dele. Apesar de coadjuvantes, ambas apresentam-se como as figuras mais interessantes da história. <br />
<br />
Como é um filme de personas excêntricas, as atuações ganham força na tela e fazem valer o ingresso. A exceção é o novato Lucas Jade Zumann, que não sustenta a força do filho rebelde na fase em que os jovens se afastam dos pais. <br />
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Além do elenco, destacam-se também a fotografia, com cores quentes muitas vezes desbotadas, como num filtro poético do Instagram, e a direção de arte, rica em composições visuais impactantes com os objetos de época. A edição também aposta numa pegada artística, com narrações e montagens fotográficas, tratando o filme como uma verdadeira obra de arte.<br />
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No geral, o longa-metragem é cheio de momentos inspirados, mas o principal problema é o encadeamento dessas sequências no conjunto total. Apesar de ter sido indicado ao Oscar 2017 na categoria de Roteiro Original, "Mulheres do Século 20" parece uma colcha de retalhos, totalmente inconstante, que funciona melhor no trailer do que na exibição completa. <br />
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É bastante semelhante aos filmes anteriores do diretor - o que faz pleno sentido, pois suas criações falam de tudo um pouco, sem ter foco ou oferecer profundidade sobre os assuntos. Para completar, desta vez, Mills comete um pecado maior: utiliza um título pretensioso no momento que quer definir e apresentar as gerações das mulheres do século 20 através de um olhar superficial das mesmas. <br />
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Nota: 6,0<br />
<br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/EVL3AYkDqQg" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-16838761547793928272017-06-25T08:07:00.000-07:002017-07-01T08:13:42.527-07:00Crítica: Mulher-Maravilha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-JigaeQ4zSzw/WVe7UEg92DI/AAAAAAAACoo/PyaH7VjgTLsB_ZhbjJncuUbVBxsRyeGWwCLcBGAs/s1600/mulher-maravilha-poster-nacional.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="805" data-original-width="552" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-JigaeQ4zSzw/WVe7UEg92DI/AAAAAAAACoo/PyaH7VjgTLsB_ZhbjJncuUbVBxsRyeGWwCLcBGAs/s400/mulher-maravilha-poster-nacional.jpg" width="273" /></a></div>
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Enquanto Superman e Batman aparecem nas telas desde os anos 1950 e 1980, respectivamente, a principal heroína dos quadrinhos recebe seu primeiro longa-metragem com décadas de atraso. Frente a uma indústria que exalta personagens do sexo masculino, o filme da Mulher-Maravilha, estrelado por Gal Gadot, possui um importante papel social no reconhecimento das mulheres na Sétima Arte.<br /><br />Os tempos são outros e, finalmente, a DC Comics percebeu que estava mais do que na hora de contar a história da guerreira Diana, filha de Zeus com a amazonas Hippolyta. O momento não poderia ser mais adequado, conforme o atual debate sobre às questões feministas e de gênero.<br /><br />No filme, a jovem é criada na escondida e paradisíaca ilha de Temiscira, onde encontra-se isolada do mundo dos humanos até a chegada do misterioso Steve Trevor (Chris Pine), que sofre um acidente de avião e cai numa praia local.</div>
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<br />O estrangeiro conta que, recentemente, descobriu detalhes sobre a elaboração de uma arma devastadora, criada pela Doutora Veneno para matar milhões de pessoas. Assim, os dois partem rumo a Londres para dar um fim aos conflitos da Primeira Guerra Mundial.<br /><br />Os dois primeiros atos da produção (Temiscira e Londres) são melhores construídos que o encerramento, o qual aposta numa revelação não convincente do vilão. A batalha final deixa a desejar em pancadaria e efeitos especiais, mas neste momento Gal Gadot já conquistou o espectador - e ele não vai abandoná-la em sua jornada.<br /><br />Isso porque Diana mostra-se pouco a pouco ser realmente uma mulher poderosa, uma heroína a altura de qualquer marmanjo de capa vermelha ou preta. Existe uma química entre Diana e Steve, sem que ele roube o brilho da protagonista. O show é inteiramente da Mulher- Maravilha.<br /><br />Se Gal Gadot já havia chamado atenção no ano passado em <i>Batman vs Superman</i>, agora, em seu território, a atriz esbanja carisma. Para fins do roteiro, ela mantém um ar inocente, o que a torna facilmente manipulada. Entretanto, o tratamento que foi criticado por muitos mostra um amadurecimento que faz parte de uma história de origem.<br /><br />"Mulher-Maravilha" não é um filme que exalta o caráter feminista. Trata as questões de forma natural, como deve ser. Diverte, empolga e reforça que representatividade no cinema é importante. A heroína estará de volta em novembro deste ano em <i>Liga da Justiça</i>.<br /><br />Nota: 7,3</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/I6Gj8Fvukk4" width="530"></iframe>MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-30698291815068608682017-06-17T08:20:00.000-07:002017-07-01T08:25:50.899-07:00Crítica: Quase 18<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-y2TtMrdOi-Y/WVe9nD-SUBI/AAAAAAAACow/3txD0QFMpLERdI5CF3_c0LXBgEFMYkmaQCLcBGAs/s1600/edge_of_seventeen_xlg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="994" height="400" src="https://3.bp.blogspot.com/-y2TtMrdOi-Y/WVe9nD-SUBI/AAAAAAAACow/3txD0QFMpLERdI5CF3_c0LXBgEFMYkmaQCLcBGAs/s400/edge_of_seventeen_xlg.jpg" width="265" /></a></div>
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Nadine é uma típica adolescente. Insegura, ela não se sobressai entre os demais no colégio e transforma qualquer problema no fim do mundo. Por vezes, é exagerada, irritante, egoísta e mimada. "Quase 18" apresenta o amadurecer de uma personagem que não é idealizada. Seus dramas são reais e conferem o peso que é enfrentar a transição da adolescência para a maioridade.</div>
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A história se desenvolve a partir da descoberta que a melhor (e única) amiga de Nadine está se relacionando com o irmão mais velho dela. E, claro, ele faz parte do grupo de pessoas que se destacam em tudo. O mundo da jovem entra em colapso. Sente-se excluída, pois acredita que sua amiga tem outras prioridades agora, inclusive interagir com colegas mais velhos e mais populares.</div>
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Revoltada com a situação, Nadine acaba por atrair mais e mais problemas, despertando uma sucessão de erros envolvendo sua mãe, dois interesses amorosos, um professor e a própria relação com o irmão tido como perfeito. Será preciso, então, encarar cada desafio de uma outra forma. Afinal, a vida é feita de riscos, de escolhas e de aprendizado.</div>
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A diretora estreante Kelly Fremon Craig, que também assina o roteiro, adota a linha da comédia sutil para abordar os dramas da personagem. O que chama atenção são os rumos inesperados da narrativa. Quando espera-se que uma mensagem comprometedora seja divulgada na escola, o roteiro apresenta justamente o contrário. E assim por diante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Hailee Steinfeld, já vista em produções como "Mesmo se nada der certo" e "A Escolha Perfeita 2", é puro carisma. A atriz - e também cantora fora das telas - toma o filme para si e brilha em cena, oferecendo muita verdade para a protagonista. Desta forma, e por todos os motivos anteriores, Quase 18 é um filme que se relaciona totalmente com seu público, e expande o diálogo para todos aqueles que já foram adolescentes. Sem precisar envolver situações absurdas, vampiros ou brincadeiras mortais.</div>
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Nota: 7,6<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/qWuAMx8pe9o" width="530"></iframe>MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-87823426105748343672017-06-10T08:21:00.000-07:002017-07-01T08:26:19.105-07:00Crítica: Colossal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-ee9f_sy6Et0/WVe-cz3m7EI/AAAAAAAACo4/T26vRuFbgLY7lO2ZC8BOnvJI7knAeeDnACLcBGAs/s1600/colossal-poster-comedia-paris-filmes-neon.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1100" height="400" src="https://3.bp.blogspot.com/-ee9f_sy6Et0/WVe-cz3m7EI/AAAAAAAACo4/T26vRuFbgLY7lO2ZC8BOnvJI7knAeeDnACLcBGAs/s400/colossal-poster-comedia-paris-filmes-neon.jpg" width="275" /></a></div>
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<span style="text-align: justify;">Notícias de todo mundo divulgam que um monstro gigante e assustador surgiu repentinamente em Seul, na Coreia do Sul, e está destruindo a cidade. Este poderia ser mais um filme catástrofe na linha de Godzilla, mas "Colossal" inova quando coloca uma mulher comum com o poder de controle sobre a criatura.</span><br />
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Anne Hathaway interpreta a protagonista Glória, que vive em Nova York e precisa retornar para a sua cidade natal depois de perder o emprego, afundar-se na bebida e ainda terminar o relacionamento com o namorado. De volta ao lar, ela descobre que possui uma forte ligação com a ameaça do outro lado do planeta, ou seja, suas ações são igualmente reproduzidas pelo monstrengo, inclusive seu tique de coçar a cabeça quando está nervosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
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O ponto de partida de "Colossal" é muito interessante - e original. Mistura comédia e ficção científica de maneira esperta, mas encontra sua base no drama. A história, na verdade, apresenta-se como uma fábula moderna, utilizando elementos fantásticos para revelar que existe um monstro dentro de cada um de nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
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No caso da personagem principal, essa descoberta é benéfica, tirando-a da inércia e dando-lhe um objetivo em sua rotina de tédio e muitas doses de álcool. Por conta disso, Glória consegue, inclusive, deixar o vício da bebida.</div>
<div style="text-align: justify;">
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A derrapada do projeto acontece em seu terceiro ato, quando aposta em um suposto vilão para a trama, personificado na figura de um robô gigante. Seria este o oposto de Glória, duas faces de uma mesma moeda. Um ser amargurado, invejoso, que promoveu uma destruição interna sem volta. Mesmo com todos esses motivos, a revelação do verdadeiro comandante desta criatura não é bem construída.</div>
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Ainda assim, o roteiro assinado por Nacho Vigalondo, que também é o responsável pela direção, aproveita para conferir um caráter cult e fazer algumas críticas, como quando um dos personagens comenta que se a destruição está acontecendo apenas em Seul, ainda não é alarmante. O problema é se isso avançar.</div>
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"Colossal" pode aparentar uma divertida aventura sobre um monstro implacável, porém, em análise mais profunda apresenta-se como um filme existencial sobre pessoas em frangalhos e o que elas são capazes de fazer quando recebem poder. São os dramas pessoais que ditam as regras, e esses são os verdadeiros Godzillas.</div>
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Nota: 7,0<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/MU6YXhgLEN4" width="530"></iframe>MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-84242654575670144552017-06-03T08:30:00.000-07:002017-07-01T08:39:51.249-07:00Crítica: The discovery<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-FclO_tZHn04/WVfAcA8VbaI/AAAAAAAACpA/LcV0F8M0py0cvS4zTplfPwXTgrywMv2fwCLcBGAs/s1600/527496.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-FclO_tZHn04/WVfAcA8VbaI/AAAAAAAACpA/LcV0F8M0py0cvS4zTplfPwXTgrywMv2fwCLcBGAs/s400/527496.jpg" width="270" /></a></div>
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<div style="text-align: justify;">
E se fosse provado que existe vida após a morte? Seria um novo plano de existência, uma nova chance, um recomeço… Em "The Discovery", produção original Netflix, a resposta vem através de uma abordagem pessimista. O cientista Thomas Harbor identifica que, após o óbito, ondas cerebrais deixam o corpo humano. Mesmo sem saber para onde vão, a notícia acarreta uma onda assustadora de suicídios em todo planeta.<br /><br />O filme não faz mistério quanto à tal descoberta e inicia com uma entrevista de Harbor (Robert Redford) para a televisão. Ele é contestado porque levou seis meses para se pronunciar sobre o caso, levando os índices de mortes a ultrapassarem um milhão. O desfecho do bate-papo é chocante, o que faz o cientista voltar à sua reclusão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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A trama, então, passa a acompanhar o neurologista Will (Jason Segel) que está indo até uma ilha visitar seu pai. Antes de chegar na mansão onde encontra-se Harbor e seu laboratório de testes, o filho se depara com Isla (Rooney Mara), uma mulher que possui um passado trágico. Os dois desenvolvem uma conexão imediata.</div>
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Cada um dos três personagens apresenta diferentes traumas e motivações. Alguns destes são interessantes para a trama, outros nem tanto. O mais intrigante na história é “a descoberta” e suas consequências, incluindo também a possibilidade de desenvolver um modo de acabar com os suicídios.</div>
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<br /></div>
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Portanto, há muito para ser abordado em pouco mais de 90 minutos, o que provoca um certo atropelo no terceiro ato. Por conta disso, acaba prejudicado por uma reviravolta sem muitas explicações. Essas características destoam perante a narrativa prévia, construída de forma lenta e com cara de drama indie misturado com ficção científica, na linha de "O Lagosta".</div>
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De qualquer forma, "The Discovery" instiga pelas perguntas que provoca, mesmo não respondendo a maior parte delas. Revela-se uma jornada melancólica, criativa e curiosa, fortalecida pelos diálogos precisos, por boas atuações de todo elenco e, principalmente, pelos dilemas proporcionados a partir do delicado tema ao qual é corajoso em se aventurar. Um filme que vale ser descoberto pelo espectador!</div>
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Nota: 8,0<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/9Zg3ovits9o" width="530"></iframe><br />
<br />MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-18328932079456074272017-05-27T08:32:00.000-07:002017-07-01T08:36:04.945-07:00Crítica: Corra!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-M6L3u6kg1Ek/WVfBOxiD5yI/AAAAAAAACpI/DwmGRhfV7Po4ay8EE8oyujYFe3yZkcmeQCLcBGAs/s1600/577190.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1090" height="400" src="https://4.bp.blogspot.com/-M6L3u6kg1Ek/WVfBOxiD5yI/AAAAAAAACpI/DwmGRhfV7Po4ay8EE8oyujYFe3yZkcmeQCLcBGAs/s400/577190.jpg" width="272" /></a></div>
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Desde sua estreia no festival de Sundance, em janeiro deste ano, o filme independente "Corra!" trilhou um caminho surpreendente. Chegou aos cinemas norte-americanos em plena temporada de premiações, incluindo o Oscar, e foi um fenômeno. Com isso, ganhou ampla distribuição mundial. Custou cerca de US$ 4,5 milhões e já ultrapassou a marca de US$ 170 milhões em lucro.<br /><br />Os méritos podem ser creditados ao diretor Jordan Peele, que escreveu e dirigiu o projeto. Surpreendente também é saber que este é seu primeiro filme. Ele vem de uma carreira como ator em programas humorísticos e, ao contrário do que se poderia esperar, a criação dele é um suspense/terror que fala sobre o preconceito racial.<br /><br />Na trama, Dean (Daniel Kaluuya) é um jovem negro e fotógrafo que está namorando há cinco meses com a bela e branca Rose (Allison Williams). Eis que, num fim de semana, ela convida o companheiro para conhecer seus pais liberais que vivem numa casa de campo no interior dos Estados Unidos.<br /><br />"Corra!", em seus minutos iniciais, pode até sugerir ser uma comédia romântica, quando o casal interpretado por Catherine Kenner e Bradley Whitford acolhe com muita simpatia o genro. Porém, não há nada de inofensivo naquela casa - e Dean descobre gradativamente os muitos segredos escondidos.<br /><br />Tem-se, então, o racismo como a base da história, podendo ganhar camadas mais profundas de acordo com a interpretação do público. As pistas são oferecidas para uma discussão posterior. Talvez esteja aí um dos problemas do projeto.<br /><br />Apesar de moldar suas motivações no preconceito racial, estas não se cumprem com excelência na resolução, que opta pelo caminho mais fácil. Parece que houve um certo receio de investir pesado no discurso, tornando a exibição palatável para uma plateia genérica. O final alternativo divulgado na internet cumpre melhor sua função.<br /><br />A escolha oficial faz com que a trama, ao invés de ser apresentada como uma fábula para discutir algo maior, na verdade, seja um conto de horror que realmente se leva a sério. É difícil comprar algumas situações absurdas (vide a sequência de uma cirurgia) que mais parecem uma mistura de "Black Mirror" com "O Albergue".<br /><br />Sem sustos, apenas uma brutal violência em poucas cenas, "Corra!" acerta em despertar a curiosidade e gerar um clima de tensão através de personagens duvidosos. Aliás, a utilização de uma xícara nunca foi tão apavorante. Apenas seria mais eficaz se as intenções do diretor ficassem ainda mais aparentes (e provocativas). </div>
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<br />Nota: 6,5<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/mDGV5UucTu8" width="530"></iframe>MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-84864611559483863422017-05-20T10:37:00.000-07:002017-05-22T10:40:39.161-07:00Crítica: Guardiões da Galáxia - Volume 2<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-mqu5ZFEbQWc/WSMiYW3sdZI/AAAAAAAACoA/d9vMiHDv-1omuOeCTp75Xplpnucn6oHRwCLcB/s1600/078128.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-mqu5ZFEbQWc/WSMiYW3sdZI/AAAAAAAACoA/d9vMiHDv-1omuOeCTp75Xplpnucn6oHRwCLcB/s400/078128.jpg" width="270" /></a></div>
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<br /><br />Desde o subtítulo que remete às fitas cassetes até a sequência de abertura ao ritmo de um rock dos anos 1980, na qual Baby Groot ensaia seus passos de dança enquanto os heróis enfrentam um monstro gigantesco, a cultura pop dita as regras em "Guardiões da Galáxia - Volume 2". Não faltam referências - e também diversão - na continuação para o sucesso de 2014. <br /><br />Os acontecimentos do primeiro filme serviram para reunir o improvável grupo formado por Peter Quill, Gamora, Drax, Rocky e Groot. Agora, eles precisarão enfrentar novos desafios, como a perseguição da alta sacerdotisa Ayesha ou ainda desvendar os mistérios que envolvem o verdadeiro pai do Senhor das Estrelas. <br /><br />A nova aventura aposta na união da turma, desenvolvendo dramas pessoais tanto do protagonista quanto dos demais personagens, vide a relação conflituosa entre Gamora e sua irmã Nebulosa, o envolvimento despretensioso entre Drax e a alienígena Manty, a preocupação dos guardiões com o pequeno Groot e as decisões determinantes de Yondu - que ganha merecido destaque na trama.<br /><br />Desta forma, o roteiro valoriza suas criações com a proeza de acertar nos momentos de alívio cômico e, também, nos mais emotivos. Difícil não se emocionar quando toca "Father and son", do Cat Stevens... Tudo isso sem deixar o caráter cool da produção, com trilha sonora relevante para a história, figurinos vintage/futuristas e cenas de visual deslumbrante, como a visita a um planeta pouco desbravado ou o balé proferido por uma flecha assassina. <br /><br />O ponto fraco do projeto talvez sejam as motivações pouco satisfatórias oferecidas para as ações do pai de Quill, interpretado por Kurt Russel. Do restante, mesmo sendo completamente nonsense (absurdo), "Guardiões da Galáxia 2" é mais verdadeiro que todos os demais filmes da Marvel. Combina interessantes conflitos familiares com adrenalina, estilo e muito carisma. Falando em carisma, o símbolo da palavra poderia Baby Groot. Fica impossível resistir à adorável arvorezinha durante toda projeção. É, sem dúvidas, a grande estrela do longa. <br /><br />Nota: 8,7<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/4-i8nTNSQFI" width="530"></iframe><br /></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-36035440674555490052017-05-06T10:36:00.000-07:002017-05-22T10:37:39.545-07:00Crítica: Fome de Poder<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-uZ28rBRcQyg/WSMh0leN-zI/AAAAAAAACn4/vh2WJUjRtgYgwsOfh9wGVOPBQdBdsuYYwCLcB/s1600/fome-de-poder.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-uZ28rBRcQyg/WSMh0leN-zI/AAAAAAAACn4/vh2WJUjRtgYgwsOfh9wGVOPBQdBdsuYYwCLcB/s400/fome-de-poder.jpg" width="273" /></a></div>
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<br />Poucas vezes o título "traduzido" funciona tão bem quanto o original. O novo filme de John Lee Hancock ("Um sonho possível") consegue essa proeza, tanto com o explícito "Fome de poder" quanto com o irônico "The founder". A história baseada em fatos reais aborda a ascensão da maior rede de fast food do planeta, o McDonald's. <br /><br />O responsável por este feito é Ray Kroc, um homem de 52 anos, classe média, inicialmente vendedor de máquinas de milkshake. Seria ele o criador do conceito de comida rápida, de produzir um hambúrguer em 30 segundos ao invés de 30 minutos? Não. Os verdadeiros inovadores foram os irmãos Richard e Maurice McDonald. Os dois moradores de San Bernardino, interior da Califórnia, apostaram em uma pequena grande ideia e fizeram sua lanchonete transformar-se em um sucesso local. <br /><br />Numa visita à cidade para entregar suas máquinas, Ray fica encantado com o negócio idealizado pelos irmãos e dá um jeito de tornar-se sócio do empreendimento. Fica, então, responsável pela expansão da marca através de franquias. <br /><br />O intruso realmente transforma a marca em um império mundial, porém sua ambição desmedida leva-o a caminhos no mínimo controversos, prejudicando a dupla que começou o projeto. A briga entre o trio vai longe no decorrer de quase duas horas de projeção. <br /><br />Hancock adota uma pegada neutra, apresentando tanto o lado "persistente" quanto sacana do protagonista. Já enquanto projeto cinematográfico, o diretor segue a cartilha, sem apresentar nenhum frescor. Quem sustenta o interesse, além da curiosa história real, é Michael Keaton como o personagem dúbio, oscilando entre uma expressão carismática e um sorriso diabólico. <br /><br />No geral, a produção funciona, principalmente, enquanto biografia, uma história sobre os desafios enfrentados por grandes empreendedores. E levanta questões, como quais são os limites para a ambição, a fome pelo poder? Ray, sem dúvidas, tinha uma visão empreendedora, mas levou-a ao extremo para conseguir o que queria. Foi graças a sua falta de moral que o McDonald's está espelhado pelos quatro cantos do mundo. <br /><br />Nota: 7<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/hpSRzLUFkN4" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-39043446709284712382017-04-29T10:28:00.000-07:002017-05-22T10:32:29.650-07:00Crítica: Blue Jay<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-W_gquKQZkxc/WSMgmtAO1AI/AAAAAAAACns/jAWVdpJHJYMorJ_fU4tbcCKLWfhvV6uCgCLcB/s1600/45d68da7f4580736a979792b3dd2232d.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://4.bp.blogspot.com/-W_gquKQZkxc/WSMgmtAO1AI/AAAAAAAACns/jAWVdpJHJYMorJ_fU4tbcCKLWfhvV6uCgCLcB/s400/45d68da7f4580736a979792b3dd2232d.jpg" width="266" /></a></div>
<br />Jim e Amanda se reencontram no supermercado. O primeiro contato, depois de muitos anos, é constrangedor. "Já perguntei 'como você está?'"?, fala ele. "Já", responde ela. A dificuldade em travar uma conversa é latente, mas logo percebe-se que existe uma extrema afinidade entre os dois. Algo adormecido, que vem à tona durante a jornada de 24 horas apresentada em "Blue Jay", uma produção original do Netflix. <br /><br />Na linha de "Antes do amanhecer" e "Before we go", o longa-metragem acompanha o encontro dos dois personagens ao longo de 80 minutos, sustentado praticamente em diálogos. Jim e Amanda deixam o supermercado para beber em uma cafeteria, depois sentam a beira de um lago, fazem compras em uma loja de conveniências, jantam e dançam na casa dele e, por fim, caminham pelas ruas da pequena cidade na Califórnia que dá nome ao projeto.<br /><br />Todas essas passagens ocorrem na presença de uma fotografia em preto e branco, o que reforça a melancolia da trama. Jim e Amanda eram aquele casal perfeito dos tempos de colégio, mas precisaram se separar. O que a vida lhes ofereceu na sequência não foi bem o que esperavam. Agora, ambos acreditam que deveriam estar completamente realizados, felizes. Infelizmente, não é esta a realidade. <br /><br />O olhar sensível do novato diretor Alex Lehmann apresenta gradativamente os machucados e as desilusões de cada um. O filme, em sua essência, é sobre escolhas, perdas, relacionamentos, o que deixamos no caminho, a procura pela felicidade. É sobre o curso avassalador da vida, o lado melancólico da existência. <br /><br />Toda essa cumplicidade dos personagens funciona tão bem graças à dupla Mark Duplass e Sarah Paulson, completamente entregues ao projeto. O próprio ator assina o roteiro, que, segundo ele, estava delimitado em cenas, mas valeu-se de bastante improviso durante os diálogos. Talvez esteja aí o segredo para tamanha sintonia e veracidade presentes em "Blue Jay": deixar que a experiência real tome frente.<br /><br />Nota: 8<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/EG0FY4k2BLM" width="530"></iframe>MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-69365992504779653112017-04-22T10:26:00.000-07:002017-05-22T10:26:57.740-07:00Crítica: Passageiros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-G3ua4t_JF5I/WSMer8Ii4qI/AAAAAAAACng/R2agd4j8w1kPz4EM5FhHTFsD9j0L_kp8QCLcB/s1600/passengers_ver4_xxlg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-G3ua4t_JF5I/WSMer8Ii4qI/AAAAAAAACng/R2agd4j8w1kPz4EM5FhHTFsD9j0L_kp8QCLcB/s400/passengers_ver4_xxlg.jpg" width="300" /></a></div>
<br />A nave Avalon encontra-se em trânsito ao seu destino: um novo planeta colonizado pelos humanos. No curso da viagem, uma pane no sistema provoca o despertar de um único passageiro. Jim (Chris Pratt) acorda cerca de 90 anos antes do previsto. Diante da perspectiva de envelhecer e morrer sozinho no espaço, ele decide tirar da hibernação um segundo passageiro para lhe fazer companhia, a bela Aurora (Jennifer Lawrence).<br /><br />O ato controverso de Jim deveria ser a essência de "Passageiros", longa-metragem do norueguês Morten Tyldun ("O jogo da Imitação") que aposta em drama, avança pelo romance e termina como aventura. Tamanha mistura torna a digestão difícil frente a uma uma trama com tantas variações em menos de duas horas, sem conseguir explorar bem nenhuma das possibilidades.<br /><br />O primeiro ato, certamente, é o mais interessante. Após um ano tentando de tudo para resolver o problema na câmara de hibernação, o mecânico Jim depara-se com Aurora, repousando tranquilamente. Fica obcecado pela jovem, acessa os arquivos com suas entrevistas e encanta-se com a personalidade e beleza da escritora. Resolve, então, despertá-la do sono profundo, condenando-a à morte ao seu lado.<br /><br />Qual seria a atitude mais cabível nesta situação? Acordar alguém que, entre os cinco mil passageiros, entenda sobre engenharia espacial, astronomia, matemática, tecnologia, informática? Alguém que possa salvá-lo? Não. Melhor escolher a mulher mais bonita.<br /><br />Outra questão a ser levantada é a ridícula justificativa do roteiro para que as câmaras de hibernação não voltem a funcionar. Os cientistas do futuro simplesmente descartam a possibilidade de falha mecânica. Não há um suporte técnico ou um botão que reative a hibernação. Caso algo aconteça, o capitão e sua equipe estão isolados em uma cabine blindada.<br /><br />Relevando esses dados importantes, o filme desenvolve com cuidado a crise do protagonista, que inicialmente culpa-se por sua atitude. Há uma poderosa discussão ética aqui e esta se intensifica quando Aurora, após envolver-se emocionalmente com Jim, descobre sobre o seu despertar provocado - e não acidental.<br /><br />Jennifer Lawrence sustenta a revolta da personagem com explosões de raiva e desprezo por seu algoz. Porém, tudo é esquecido quando pequenos danos passam a se agravar na nave. O segundo ato do projeto faz com que os dois precisem unir forças para consertar Avalon, o que serve como uma espécie de "razão divina" para o casal ter sido acordado antes do tempo ou, como preferir, um artifício para evitar a condenação do personagem masculino.<br /><br />"Passageiros" torna-se, assim, uma ficção científica de aventura na linha de "Gravidade". Exagero? Sim. "Gravidade" é muito melhor. As cenas de ação comandas por Tyldun são forçadas, os clichês borbulham na tela, assim como os absurdos. Por mais que os atores esbanjem química e talento, as questões morais, inclusive de machismo, ficam latentes e poderiam render um textão à parte.<br /><br />O filme teria saído melhor se tivesse apostado em uma pegada semelhante a "Perdido em Marte", "Interestelar" e até mesmo "Solaris", histórias que servem de entretenimento e, de quebra, abordam com seriedade questionamentos sobre a sobrevivência no espaço e, consequentemente, a solidão.<br /><br />Nota: 5,8<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/j30Rwlm75KM" width="530"></iframe><br />MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-10421247215799019202017-04-10T07:57:00.000-07:002017-05-22T08:00:17.495-07:00Crítica: Fragmentado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-OkuYPwkb_j0/WSL8QEW0vtI/AAAAAAAACnQ/_s3CyoE_eVgbTvODJC9b-MeLeX7dn1H5ACLcB/s1600/482058.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-OkuYPwkb_j0/WSL8QEW0vtI/AAAAAAAACnQ/_s3CyoE_eVgbTvODJC9b-MeLeX7dn1H5ACLcB/s400/482058.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="271" /></a></div>
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Vinte e três personalidades vivem no corpo de Kevin Wendell Crump. Interagem como se estivessem sentadas em círculo, sendo chamadas uma a uma para externar sua individualidade. Em "Fragmentado", novo filme do indiano M. Night Shyamalan, ele utiliza a rara doença chamada de Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) para criar um intrigante conto de horror.</div>
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Na trama, Kevin mantém uma vida tranquila sob constante tratamento psiquiátrico. Porém, escondido dos olhos da sociedade, o homem sequestra três adolescentes no estacionamento de um shopping. O responsável, na verdade, foi Dennis, a versão mais perigosa de si mesmo. </div>
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Dennis desenvolve um plano, coloca-o em prática e mantém os outros 22 companheiros sob seu domínio. Quando o lado maligno aflora, o próprio Kevin fica refém desse jogo psicológico. O propósito de Dennis é despertar uma nova personalidade, muito mais poderosa. </div>
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Quem dá vida a todas essas personagens é o ator James McAvoy, certamente um dos mais subestimados de sua geração. Já deu show em produções como "Desejo e reparação", "O procurado", "Em transe", "Filth" e até mesmo na tenebrosa modernização do clássicao de Mary Shelley, "Victor Frankenstein". </div>
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Em "Fragmentado", McAvoy realiza um trabalho tanto de entrega quanto de repertório, uma vez que impressiona pela facilidade e rapidez com que passa de uma personalidade para outra na mesma cena, seja um menino de nove anos, uma mulher mais velha, um gay estilista ou uma figura ameaçadora. </div>
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Se por um lado há uma certa preocupação sobre quem é esse complexo indivíduo, há um total descaso com os demais personagens, com exceção de Cassey (Anya Taylor-Joy, de "A bruxa"), em que o roteiro forçadamente apresenta um traumático passado para a jovem. </div>
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As demais meninas sequestradas são reduzidas a estereótipos de patricinhas fúteis. Até mesmo a psiquiatra Dra. Fletcher (Betty Bucley) recebe cenas lamentáveis junto da irmã ou de colegas de profissão. Sua presença é apenas para fins didáticos. </div>
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A sensação é de que estamos frente a um roteiro com sérios problemas, sustentado principalmente por uma atuação visceral. A curiosa doença de Kevin poderia ser abordada de forma mais interessante, valorizando a crise de consciência, ou seja, o combate entre as suas forças internas. </div>
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Querendo ou não, há uma identificação com o protagonista, uma vez que todos possuímos várias personalidades perante a sociedade, enquanto filhos, pais, profissionais, amigos, netos, etc. Também possuímos nosso lado bom e também um lado negro. </div>
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Ao invés de explorar essas nuances típicas de qualquer ser humano, o terceiro ato busca provocar a repulsa do espectador por Kevin. Se o caminho até ali pouco apresentava de sangue e violência, a conclusão aposta nesse combo, somado a elementos sobrenaturais. Nos últimos 30 segundos de projeção, Shyamalan tenta fundamentar suas escolhas ao instaurar a trama em uma outra realidade, com direito a participação especial de uma estrela de Hollywood. </div>
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Mesmo desconsiderando essa última sequência, "Fragmentado" como um todo carece de cuidados. O filme não é bem orquestrado, deixando seu privilegiado lugar como suspense psicológico para um descambar para um filme de serial killer ou uma fantasia. Falta a complexidade presente em seus primeiros longas, como "O sexto sentido", "Corpo fechado", "Sinais" e "A vila". </div>
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Apesar de detalhes importantes como estes, o filme é um bom suspense (gênero praticamente esquecido pela indústria), sendo bastante tenso e instigante. Revela-se também um retorno ao topo para o diretor. O projeto faturou mais de US$ 125 milhões nas bilheterias norte-americanas em apenas três semanas, tornando-se o filme de terror mais rentável dos últimos anos. Desta forma, Shyamalan deixa para trás os recentes fracassos como "Depois da terra", "A dama da água" e "O último mestre do ar", e inaugura um novo - e quem sabe promissor - ciclo.</div>
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Nota: 7,5<br />
<br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/CWixUrbq6y8" width="530"></iframe>MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-21125332421948368702015-08-02T06:36:00.000-07:002015-08-05T06:37:48.690-07:00Crítica: Homem-Formiga<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-GgtzScLLXwQ/VcIRa4zH4CI/AAAAAAAAClw/M2F_At7pAC4/s1600/340024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-GgtzScLLXwQ/VcIRa4zH4CI/AAAAAAAAClw/M2F_At7pAC4/s400/340024.jpg" width="280" /></a></div>
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"Homem-Formiga" chega a público cercado de preconceitos. Não bastasse o nome de caráter duvidoso, ainda é mais fácil acreditar na vinda de um deus, filho de Odin, para salvar a Terra do que na história de um homem capaz de encolher até o tamanho de um inseto. Mesmo com essa incredulidade, quem for ao cinema, não deve se arrepender.<br /><br />O personagem praticamente desconhecido surgiu nos quadrinhos em 1962 sob o nome de Hank Pym, um cientista que criou partículas aptas a controlar a massa e a altura de um indivíduo. A versão cinematográfica não traz o inventor como protagonista. Ele é interpretado por Michael Douglas e vira uma espécie de mentor para o ladrão Scott Lang (Paul Rudd), que vestirá o poderoso uniforme. Apesar de pequenino, o herói mantém sua força física. </div>
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Um dos maiores méritos da nova produção da Marvel é justamente fazer o público comprar a ideia do defensor em miniatura. Demora um pouco, mas o espectador envolve-se com o amigo das formigas. Parte dessa conquista é sustentada pelos atores do longa-metragem. Rudd é puro carisma. Ganha a simpatia logo nas primeiras aparições como o habilidoso assaltante. </div>
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O restante do time é de igual competência. O veterano Douglas transmite confiança e seriedade à trama como o cientista Pym, o primeiro a vestir o traje do Homem-Formiga. Enquanto isso, sua filha, a misteriosa Hope, interpretada por Evangeline Lily, mescla frieza e emoção. Na esfera cômica, Michael Peña rouba as cenas como o divertido amigo do herói. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O ponto alto do projeto é a comunicação de Lang com as formigas, suas principais aliadas. As cenas de ação dentro do formigueiro ou em canos de água são as mais empolgantes. Os voos de Lang, montado na formiga Anthony, também enchem os olhos. Pena que esses momentos são intercalados com outros que não estão à altura, o que compromete o ritmo da produção. </div>
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<br />
A principal influência sobre essa oscilação é Daren Cross, interpretado por Corey Stoll, o Peter Russo de "House of Cards". No papel do vilão, o ex-pupilo de Pym pretende vender as partículas para grandes corporações, colocando o segredo do super-herói em risco. Suas aspirações não são bem trabalhadas pelo roteiro e, quando surge na tela o Jaqueta Amarela, a versão dele em capa e raios lasers, há pouco impacto e veracidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mesmo um pouco irregular, com uma trama que alterna humor, ação e até drama familiar, o longa-metragem pode ser considerado um filme menor do estúdio, um entretenimento leve e divertido, não mais que isso. Sua esperteza maior é mostrar que as aparências realmente enganam e o tal Homem-Formiga pode ser um novo e interessante personagem para a Marvel - inclusive para a turma dos Vingadores.<br />
<br />
Nota: 7<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/wITUolzfkwI" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-7912568320125463182015-07-19T06:34:00.000-07:002015-07-20T06:49:04.652-07:00Crítica: Cidades de Papel<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-IXa2HbzCfmc/Vaz5WVlhQNI/AAAAAAAAClM/xX9dTgMsCbo/s1600/cidades-de-papel-poster59659.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-IXa2HbzCfmc/Vaz5WVlhQNI/AAAAAAAAClM/xX9dTgMsCbo/s400/cidades-de-papel-poster59659.jpg" width="271" /></a></div>
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<br /><br />Não adianta esperar que "Cidades de Papel" repita o mesmo sucesso de "A Culpa é das Estrelas", ambos adaptações de livros do escritor sensação John Green. O mais recente adota um tom leve, com bom humor e mistério, enquanto a produção lançada ano passado - e campeã de bilheteria no Brasil - tem seu mérito na forte carga dramática. Ou seja, na capacidade de levar 99,9% dos espectadores às lágrimas.<br /><br />Com menos choro, "Cidades de Papel" apresenta uma história sensível sobre adolescência, primeiro amor, desilusão e amadurecimento. Nessa ordem mesmo. Um filme que dialoga, principalmente, com os “young adults” (jovens adultos), na faixa entre 14 e 29 anos. Talvez esteja aí seu ponto fraco: um público de identificação específico. Um apelo não tão popular como o do casal Hazel e Gus. <br /><br />A trama gira em torno de Quentin, um jovem que está se formando no colégio e possui como meta cursar faculdade, casar e ter filhos. Tudo está esquematizado para conquistar até os 30 anos. Ele sabe que seu plano é um pouco entediante, mas, ainda assim, está satisfeito, pois gosta de viver uma rotina. Até porque é somente isso que conhece: ir à escola e curtir com os amigos Ben e Radar, dois nerds. <br /><br />Sua perspectiva muda quando, certa noite, a bela vizinha Margo Spiegelman invade seu quarto. Quentin é apaixonado por ela desde a infância. Eles cresceram juntos, viraram melhores amigos, mas acabaram se afastando durante o colégio. Atualmente são estranhos um para o outro. Apesar disso, o rapaz ainda nutre uma paixão platônica pela moça. <br /><br />Quando Margo invade seu quarto e convida-o para executar um plano de vingança ele prontamente aceita. Torna-se o motorista de fuga para as travessuras dela contra o seu ex-namorado. As poucas horas com Margo tiram Quentin da inércia e o deixam à flor da pele, como ele mesmo diz: “Agora sinto o coração batendo no meu peito”. E ela responde: “É assim que deveria se sentir sua vida inteira”. <br /><br />A jovem sacode o mundo de Quentin. Margo é adrenalina, emoção e imprevisibilidade. Ela questiona o futuro medíocre planejado pelo rapaz e apresenta sua inquietude quanto ao sonho americano, a vida cotidiana e a falsidade disso tudo. Abismado, ele encanta-se ainda mais pela garota, por essa vida sem regras, por suas aventuras épicas e, claro, pelo olhar magnético que o atinge. <br /><br />Após os momentos compartilhados, Margo desaparece. Inicia, então, a busca de Quentin pela verdade, seguindo pistas deixadas pela própria jovem. Mesmo distante, Margo fará que ele saia de sua zona de conforto. Quentin deixará de tomar decisões seguras e irá matar aula, comparecer a festas da escola e embarcar em uma viagem de carro cruzando vários estados do país. Tudo pela primeira vez. Como o próprio cartaz do filme anuncia, é preciso se perder para se encontrar. <br /><br />O rapaz, obcecado por Margo, fica cego pela luz que ela emite. Porém, em sua jornada, ele irá perceber que o amor é uma idealização, na qual se cria uma pessoa que na verdade não existe. O filme desmitifica o mito de Margo para Quentin e o mostra qual é o verdadeiro milagre de sua vida. <br /><br />O diretor Jake Schreier, do fraco "Franck e o Robô", comanda essa aventura romântica com leveza, sem esquecer a profundidade por trás da história. "Cidades de Papel", em um olhar pouco inspirado, pode soar simplista, mas possui mais camadas do que aparenta. Relaciona-se fácil com outras produções nesse mesmo estilo, como "As vantagens de ser Invisível" e "500 Dias com Ela", sendo inclusive mais acessível. <br /><br />O roteiro, assinado por Scott Neustadter e Michael H. Weber, os mesmos de "A culpa é das Estrelas", valoriza a trama de John Green e acrescenta, inclusive, novas cenas para a história. Enfatiza com ternura a passagem da adolescência para o mundo adulto, o amadurecimento. Para isso, utiliza o carisma dos protagonistas, Natt Wolf e Cara Delevigne, novatos no cinema. <br /><br />"Cidades de Papel" prova que John Green não é apenas modismo ou marketing literário. Suas narrativas possuem conteúdo e identificação com o público-alvo, principalmente por abordar assuntos difíceis, como doença ou desilusão amorosa, de forma natural e transformadora. Já pode-se esperar para 2016, "Deixe a Neve Cair", com estreia marcada para 9 de dezembro, e no ano seguinte, "Quem é Você, Alasca?".</div>
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<br />Nota: 8,2<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/jt8MLORgkL0" width="520"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-77649839411181525122015-02-08T06:25:00.000-08:002015-07-20T06:33:00.045-07:00Crítica: O Jogo da Imitação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/--PddFl_-rUU/Vaz3vRvWzII/AAAAAAAAClA/Bo83coQaxc0/s1600/o%2Bjogo%2Bda%2Bimitacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/--PddFl_-rUU/Vaz3vRvWzII/AAAAAAAAClA/Bo83coQaxc0/s400/o%2Bjogo%2Bda%2Bimitacao.jpg" width="271" /></a></div>
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<br /><br />Um segredo de guerra guardado ao longo de 50 anos pelo governo britânico é levado para as telas do cinema em "O jogo da Imitação", indicado a oito Oscars, incluindo melhor filme. A produção inglesa acompanha os feitos de um personagem histórico praticamente desconhecido, porém responsável por uma das mais significativas criações humanas. Injustiçado em vida, somente agora ele recebe um reconhecimento a altura.<br /><br />O longa-metragem de Morten Tyldum conta a história verídica de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um criptoanalista prodígio que, junto de uma equipe de matemáticos, é encarregado de desvendar códigos nazistas emitidos pela máquina Enigma, responsável por despistar os demais países envolvidos na Segunda Guerra Mundial. <br /><br />Dotado de uma complexa personalidade, Turing apresenta-se como uma pessoa fria e arrogante, incapaz de desenvolver qualquer simpatia, principalmente por parte de seus colegas. O relacionamento entre eles melhora quando entra em cena a jovem Joan Clarke (Keira Knightley), que torna-se uma amiga e passa a ajudá-lo na interação com os demais. <br /><br />Com um clima amistoso, o trabalho ultra secreto protagonizado por Turing progride - na criação do que seria o primeiro computador - e resulta no fim da guerra, com a Inglaterra interceptando as mensagens da Alemanha. Mesmo tendo realizado um feito notório, o projeto é considerado confidencial e por décadas permaneceu como um segredo de estado, uma vez que no futuro tais códigos desvendados poderiam ser novamente utilizados como vantagem durante o conflito. <br /><br />Apesar da sinopse confusa, "O jogo da Imitação" é extremamente didático - o que até fez o filme receber críticas negativas quanto ao seu formato de "isca para as premiações", semelhante ao consagrado "Uma Mente Brilhante", que também traz um gênio incompreendido. Apesar das queixas, a estrutura narrativa convencional não compromete o resultado impactante.<br /><br />O londrino Cumberbatch (da série "Sherlock") surpreende como o matemático de poucas emoções, que, no decorrer do roteiro, apresenta cada vez mais nuances em sua personalidade. A abordagem de Turing revela-se extremamente humana, potencializada principalmente por sua orientação sexual, que na época era considerada crime. Aliás, esse detalhe é de sumária importância para a história. <br /><br />Sua petulância e egoísmo mostram-se como defesas, barreiras de proteção, para desconfianças ou atos de discriminação. O filme mostra a origem dos traumas do menino prodígio através de flashbacks. Assim, o homem que precisa desvendar constantemente diferentes códigos, sendo um deles o mais importante da história da humanidade, necessita esconder um segredo que pode colocar sua vida em risco. <br /><br />De forma tensa, "O jogo da Imitação" oferece o registro digno para um fascinante capítulo da Segunda Guerra Mundial, com uma abordagem superior a "Enigma" (2001), que também utilizou como pano de fundo os mesmos acontecimentos. A recente produção assume o viés biográfico e louva, merecidamente, tanto o caráter pacifista de Turning como seu título de pai da computação moderna. Um triunfo. </div>
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<br />Nota: 8,6<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/NM4GZ3NQvxQ" width="520"></iframe></div>
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MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-89057873920224078222015-02-01T06:22:00.000-08:002015-07-20T06:24:34.742-07:00Crítica: Birdman <div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-TeunLvnowPI/Vaz2arHKQnI/AAAAAAAACk0/44uGtZYeEB0/s1600/birdman-2014-14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-TeunLvnowPI/Vaz2arHKQnI/AAAAAAAACk0/44uGtZYeEB0/s400/birdman-2014-14.jpg" width="270" /></a></div>
<br /><br />É no mínimo engraçado acompanhar o hype da mídia em torno do novo filme de Alejandro González Iñárritu, "Birdman (ou A Inesperada Virtude da Ignorância)". A produção, na verdade, é uma crítica feroz a própria Hollywood: a indústria do cinema e sua obsessão por cifras, o desespero dos atores pela fama, o público que deseja diversão descerebrada e o papel medíocre dos críticos em etiquetar os defeitos de cada projeto. "Birdman" sinaliza como tudo está errado no setor do entretenimento, mas não prevê perspectiva de mudança.<br />
<br />
O filme acompanha a saga existencial e filosófica de Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator que teve seu período de glória no passado ao interpretar um super herói - o tal homem-pássaro do título. Agora, no presente, ele amarga o ostracismo. Buscando o retorno aos holofotes como um ator sério, o veterano decide adaptar, dirigir e protagonizar um clássico texto da literatura para o teatro.<br />
<br />
Desta forma, a história se passa nos bastidores de uma casa de espetáculos, transcorrendo do início ao fim em um falso plano sequência. O diretor vale-se dos ensinamentos de Alfred Hitchcook em "Festim Diabólico" e utiliza cortes escondidos e efeitos visuais para realizar as emendas no suposto take de duas horas de duração. A sensação é de acompanhar o que acontece em tempo real - apesar de alguns saltos na estrutura narrativa. O feito repercute como um dos principais acertos do filme. <br />
<br />
O roteiro, que inclusive venceu o Globo de Ouro, bebe muito da série canadense "Slings and Arrows", que serviu de inspiração para "Som e Fúria", produzido pela Rede Globo em 2009, e aborda a montagem de uma peça teatral. As semelhanças são tantas que o protagonista de "Birdman" também possui poderes paranormais. Ele é atormentado por uma estranha voz em sua mente, personificada posteriormente como o ícone cultural responsável por seu sucesso.<br /><br />Se para Riggan Thomson o seu fantasma é um homem-pássaro, para Michael Keaton é um homem-morcego. O ator que interpretou Batman nas duas aventuras dirigidas por Tim Burton na década de 1990 também passou por uma série de fracassos até ser praticamente esquecido nos anos 2000. "Virei a resposta de um quiz", debocha ele, ou melhor, seu personagem nas telas. "Birdman" apresenta o retorno de Keaton ao topo na melhor atuação de sua carreira.</div>
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<br />
E não é apenas ele que brilha em cena. Edward Norton rouba a atenção para si como Mike, um ator de método, capaz de infernizar a vida de todos aqueles ao seu redor. Infelizmente o personagem e seus conflitos não são inteiramente desenvolvidos e acabam sem desfecho. Como seu par romântico, Emma Stone interpreta a filha de Thomson que recém saiu da reabilitação e ajuda o pai na montagem do espetáculo. Apesar de competentes, as poucas aparições não valeriam um Oscar. Ainda no elenco de apoio, Amy Ryan, Naomi Watts e Zach Galifianakis. <br />
<br />
"Birdman" soa como um filme indie que, por acaso, encontrou estrelas hollywoodianas para realizar a tão esperada crítica ao sistema. Apesar de uma direção brilhante, não parece nem um pouco algum projeto do homem que trouxe dramas densos e humanos como "Amores Brutos", "21 Gramas", "Babel" e "Biutiful". Seus novos personagens tomam atitudes desmedidas e inflam egos que não encontram uma fácil identificação. São seres egoístas que mais geram repulsa que afeto. <br />
<br />
A análise aferida ao meio artístico é válida, interessante e tratada certas vezes de forma poética, mas não deixa de repetir o que justamente critica ao utilizar de esteriótipos e clichês. Mesmo travestido de comédia, aponta o dedo para todos e se leva a sério demais. O homem-pássaro parece mais inteligente do que realmente é.<br />
<br />
Nota: 6,7<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Qm_QKwdx4Us" width="520"></iframe></div>
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MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-83207558387917571732015-01-25T06:15:00.000-08:002015-07-20T06:17:19.874-07:00Crítica: Whiplash - Em Busca da Perfeição<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-lEx8TBAmoSg/Vaz0YAuMT0I/AAAAAAAACko/jI0wpTXv9EU/s1600/whiplash.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-lEx8TBAmoSg/Vaz0YAuMT0I/AAAAAAAACko/jI0wpTXv9EU/s400/whiplash.jpg" width="270" /></a></div>
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Ao lado de "Selma", "O Jogo da Imitação" e "Sniper Americano", "Whiplash - Em Busca da Perfeição" faz parte da extensa turma que deve sair de mãos abanando do Oscar 2015. Na verdade, o filme possui apenas uma chance. É na categoria de Ator Coadjuvante, que tem J.K.Simmons como favorito ao prêmio. O veterano, na verdade, é o protagonista do projeto, ao lado do jovem revelação Miles Teller. <br />
<br />
"Whiplash" foi escrito e dirigido por Damien Chazelle, de 29 anos, a partir de um curta-metragem de mesmo nome lançado em 2013. O rapaz já possía no currículo o longa-metragem musical "Guy and Madeline on a Park Bench". Se nessa primeira experiência o jazz era uma força motora, em seu mais recente longa-metragem ele é o nirvana para o jovem promissor Andrew Neyman. <br />
<br />
O aspirante a baterista profissional chama a atenção do consagrado professor Terence Fletcher e entra para a orquestra principal da melhor escola de música dos Estados Unidos. Nas mãos do mestre, o aluno irá sofrer pressões psicológicas e físicas, precisando doar, literalmente, o seu sangue para provar que é o melhor. <br />
<br />
J. K. Simmons está arrebatador no papel do impiedoso professor. O maestro transforma a vida dos estudantes em um verdadeiro pesadelo, exigindo dedicação ao máximo e incentivando a competição entre eles. Seu método de ensino é como um jogo de humilhação que ou empurra o aluno a superar-se ou o leva a uma profunda depressão. <br />
<br />
Após sucessivas tiranias sofridas, inverte-se o jogo no tabuleiro e "Whiplash" fica ainda mais interessante. Abre para uma discussão sobre quais são os limites para estimular o talento de um aluno. Fletcher pede nada menos do que a perfeição e Neyman embarca nessa obsessão doentia, chegando aos extremos. Seria essa mesmo a linha a ser seguida para atingir a plenitude?<br />
<br />
"Whiplash", assim como "Birdman", traça um panorama sobre a paranoia da sociedade contemporânea em ser bem sucedido profissionalmente. Um clima de tensão e debate ao som de jazz, de uma edição classuda e frenética como as baquetas do jovem baterista. A indicação como um dos melhores do ano é mais do que merecida. <br />
<br />
Nota: 8<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/BjyCGE32Xdo" width="520"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-14175801560577959772014-11-11T13:11:00.000-08:002014-11-11T13:13:27.611-08:00Crítica: Garota Exemplar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-xFPNnY_59gQ/VGJ7KfzQihI/AAAAAAAACjk/lZaVSVgYjTo/s1600/FOX_GE_P%C3%B4ster_64x94.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://4.bp.blogspot.com/-xFPNnY_59gQ/VGJ7KfzQihI/AAAAAAAACjk/lZaVSVgYjTo/s400/FOX_GE_P%C3%B4ster_64x94.jpg" width="271" /></a></div>
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<br />
David Fincher, definitivamente, é um mestre do suspense. Desde o início de sua carreira, com o desastroso “Alien 3”, ele já provocava tensão no espectador. Se no filme do alienígena boa parte do seu material gravado foi descartado pelo estúdio, em “Seven - Os Sete Pecados Capitais” ele atingiu a consagração como um dos diretores mais promissores dos anos 90. Cumpriu sua promessa.<br />
<br />
Lançou “Vidas em Jogo” e “O Quarto do Pânico”, dois longas-metragens de roer as unhas. Com “Zodíaco”, mais uma vez, abordou o universo de um serial killer. Após essa experiência, seu nome foi o mais indicado para adaptar o bestseller “Millennium - Os Homens que não Amavam as Mulheres”, sobre a investigação de um crime sem solução há mais de 40 anos. <br />
<br />
Se o suspense permeou os principais filmes de sua carreira (até o “Clube da Luta” possui uma dose de mistério e tensão), o novo projeto do diretor só poderia ser um caprichado quebra-cabeças. Em “Garota Exemplar”, Fincher adapta mais uma obra literária para o cinema e utiliza a atmosfera sufocante para contar a história do marido (Ben Aflleck) que chega em casa e descobre que sua esposa desapareceu.<br />
<br />
A partir dessa premissa, a trama envereda por várias searas do relacionamento do casal: as constantes brigas, a complicada situação financeira, o ex-namorado obsessivo dela e a jovem amante dele. Ou seja, a vida perfeita de Nick e Amy é pura fachada. O casamento em frangalhos torna-se o foco dessa primeira parte, que aos poucos apresenta como principal suspeito do crime o próprio marido. <br />
<br />
Porém, na metade de “Garota Exemplar”, rompe-se com essa estrutura narrativa e ocorre o grande turning point do projeto. Surpreendente e talvez um pouco mirabolante. A partir desse momento, o filme dedica-se a cuidar da reviravolta e de suas consequências. Fincher, como bom arquiteto do suspense, empenha-se em convencer a plateia da sua proposta. E o roteiro a leva além dos limites imagináveis. <br />
<br />
É esse pulso firme do cineasta, com uma direção segura e classuda, que torna o projeto sólido, mantido pela tensão e curiosidade latente. Exatamente a mesma receita de suas produções anteriores, aprimorada ainda mais no primeiro capítulo da série “Millennium”. Uma fórmula infalível até mesmo para a extensa duração de 150 minutos, que em nenhum momento apresenta sinais de cansaço. <br />
<br />
Somado a essa aula de como conduzir uma narrativa policial, Fincher recebe em troca atuações a altura. Ben Affleck, competente como de costume, provoca dúvidas quanto a sua personalidade, sem cair numa caricatura. Enquanto isso, Rosamund Pike, escolha irrevogável do diretor, surpreende com delicadeza e força assustadora para uma figura instável. O time de apoio, como a irmã de Nick (Carrie Coon), o advogado (Tyler Perry) a policial responsável pela investigação (Kim Dickens) e os pais de Amy (David Clennon e Lisa Banes), oferece ainda mais auteticidade para esse universo tipicamente americano. <br />
<br />
Por todos estes méritos, Garota exemplar é um engenhoso suspense que, ao lado de produções como “Os suspeitos (Prisioners)”, apresenta-se como o melhor do gênero atualmente. Suas chances ao Oscar são altas, principalmente em direção, elenco e roteiro. Como resposta, o público compareceu aos cinemas e tornou o filme a maior bilheteria do cineasta nos Estados Unidos, superando “O Curioso Caso de Benjamin Button”, um dos raros dramas de sua carreira. </div>
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Nota: 8<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/qIeMkZ0B_gg" width="520"></iframe></div>
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MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-5162416790838361652014-10-29T04:48:00.000-07:002014-10-29T04:50:33.220-07:00Crítica: Grace de Mônaco<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-A74nWaZoJVc/VFDT3ULH6MI/AAAAAAAACjI/msg418QVP1U/s1600/Grace_of_Monaco-791117320-large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-A74nWaZoJVc/VFDT3ULH6MI/AAAAAAAACjI/msg418QVP1U/s1600/Grace_of_Monaco-791117320-large.jpg" height="400" width="275" /></a></div>
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O reinado de uma das maiores atrizes da história do cinema foi interrompido quando esta casou-se com o príncipe-soberano de Mônaco. Grace Kelly, privilegiada por sua beleza e talento, deixou os Estados Unidos e abandonou a carreira para viver um conto de fadas. Deu início, então, a um outro reinado: o de princesa num castelo no sul da França.<br />
<br />
Apesar de fazer parte da realeza, Grace não viveu a esperada "vida perfeita". Atormentada pelas consequências de sua decisão, a jovem de apenas 26 anos enfrentou conflitos familiares, políticos e pessoais. O filme "Grace de Mônaco" concentra-se nesse período de crise da biografada, de dezembro de 1961 à novembro de 1962, quando ela percebe que não poderá mais ser uma atriz e viverá à sombra de seu importante marido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Na essência, Grace era uma mulher destemida, de opiniões polêmicas e independente. Características abomináveis para uma nobre esposa. Sem apoio do marido e também dos pais opressores, a princesa vê-se perdida nos corredores do palácio. Ainda mais quando é proibida de aceitar o convite do mestre do suspense para protagonizar seu mais novo projeto "Marnie - Confissões de uma Ladra".</div>
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<br />
A ex-atriz, então, passa a ter aulas de etiqueta e de francês, a fim de aprimorar sua performance como princesa. Sua imagem perante o povo de Mônaco é de uma estrangeira que não merece representar o país. No meio das adversidades, Grace precisa enfrentar a crise em seu casamento e a provável guerra entre França e Mônaco, ela encontra motivação com os trabalhos humanitários. Assim, soma-se os conflitos (internos e externos) em cena, inclusive com diversos momentos de negociação política. Porém, a sensação é de frieza, falta emoção na tela.</div>
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<br />
A culpa é do roteiro superficial que pouco explora a sua homenageada. O longa-metragem de Olivier Dahan é um filme bom, porém morno, algo semelhante ao resultado visto recentemente em Hitchcock e Diana, ou seja, muito distante do êxito que o cineasta obteve com "Piaf - Um Hino ao Amor". A ideia transmitida em sua produção é de que Grace Kelly utilizava a beleza e a inteligência para resolver seus problemas, como demonstra o inspirado discurso na baile da Cruz Vermelha. Um dos pontos altos da produção.<br />
<br />
Nicole Kidman, que foi dura e injustamente criticada no Festival de Cannes, segura o filme. Mesmo que sua atuação não seja arrebatadora, é competente o bastante e não faria milagre frente a um texto ruim. Soma-se ao elenco, boas interpretações de Tim Roth e Frank Langella, além de participações quase imperceptíveis de Paz Vega e Parker Posey.<br />
<br />
Para completar a mediocridade da adaptação, o filme insinua um final feliz para Grace Kelly. Qualquer espectador disposto a refletir um pouco sobre a história precisará de dois segundos para perceber que ela dificilmente viveu um conto de fadas. Grace rejeitou sua bem-sucedida carreira para cuidar dos filhos e de um marido autoritário, distante de amigos e família. Escolhas da princesa de Mônaco e da atriz de cinema que mereciam um melhor acabamento do que o oferecido nesta cinebiografia.</div>
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Nota: 6,5<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/klxza69ZqHg" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-56801301736981693722014-10-17T14:44:00.003-07:002014-10-17T15:09:51.413-07:00Crítica: Sin City: A Dama Fatal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-O2BS8xkwOfw/VEGNxrsIvWI/AAAAAAAACio/7MITXMgxJ-s/s1600/0-Sin-City-poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-O2BS8xkwOfw/VEGNxrsIvWI/AAAAAAAACio/7MITXMgxJ-s/s1600/0-Sin-City-poster.jpg" height="400" width="271" /></a></div>
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Quase dez anos separam os dois filmes sobre Sin City. O hiato deu-se, principalmente, por problemas legais, visto que o primeiro projeto foi um sucesso de público e crítica. Com o lançamento de "A Dama Fatal", as comparações são inevitáveis. Se ambos relatam histórias de personagens marginalizados como prostitutas, bêbados e criminosos, diferem no teor e na qualidade dos contos.<br />
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Enquanto a estreia de "Sin City", em 2005, apresentava um conjunto coeso de histórias, sendo as três excelentes tramas sobre as figuras mais icônicas da <i>graphic novel</i>, "A Dama Fatal" oscila com tramas mais e menos interessantes, sem manter um ritmo crescente. A abertura com uma fantástica apresentação de Marv oferece todo o impacto proposto pela produção que imita os quadrinhos. Porém, essa prévia logo é esquecida, deixando o brutamontes como um coadjuvante nos enredos protagonizados por outros personagens.<br />
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Assim, ele junta-se à narrativa que envolve Dwight (Josh Brolin, substituindo Clive Owen) e sua femme fatale Ava Lord, interpretada por Eva Green, no trecho que ocupa a maior parte da exibição. O ponto alto é a beleza nua da atriz francesa, que se despe praticamente a cada cena, o que faz sentido para uma personagem que a todo momento utiliza a sua principal arma de sedução. Infelizmente o conto que dá nome ao filme não é o melhor em tela. Cai facilmente em clichês estúpidos e numa previsibilidade banal.<br />
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Em contrapartida, a trama protagonizada pelo jovem apostador Johnny (Joseph Gordon Levitt, estreando na série) revela-se a mais completa e semelhante à primeira experiência em Sin City. Sua jornada trágica e violenta apresenta, mesmo que em dois momentos, no início e no fim da exibição, a verdadeira face de uma brutal cidade que não poupa ninguém.<br />
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Completando a trinca, Nancy (Jessica Alba, em danças ainda mais sensuais) encerra o longa-metragem com uma breve tentativa de vingança ao senador Roark, culpado pela morte de sua paixão John Hartigan (Bruce Willis, em pequenas aparições como fantasma). Os rápidos minutos oferecem a adrenalina necessária, mas a agilidade em conduzir a tão esperada revanche soa simplista demais.<br />
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Apesar de deixar a desejar em roteiro, o visual deslumbrante desta suposta continuação recompensa, principalmente quando exibido no cinema. A tecnologia 3D, como em raras vezes, surpreende, não tanto pelos elementos saírem da tela mas pela profundidade e dinâmica no quadro. Logo no início do filme, sequências incríveis como de um desfiladeiro, carros girando em torno de Marv ou a neve caindo sob os prédios são de arregalar os olhos.<br />
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"Sin City: A Dama Fatal" pode não ser tão incrível e original como o primeiro projeto, mas a cidade e os soturnos moradores ainda seguem fascinantes. Suas histórias marginais, motivadas principalmente pela sede de vingança, ainda são um presente para os fãs da graphic novel e, também, do cinema noir, gênero esquecido na produção cinematográfica mais recente. Embora o passeio não apresente o mesmo frescor de antes, ainda é muito bom visitar a cidade do pecado.</div>
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Nota: 7,8<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/2I0pXorkF-0" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-56315932080289585132014-10-14T07:13:00.003-07:002014-10-14T07:15:29.360-07:00Crítica: O Protetor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-X5wIeOY20n8/VD0vk4YqXJI/AAAAAAAAChY/H2inJDP0Iwo/s1600/o-protetor-denzel-washington-poster-oficial-01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-X5wIeOY20n8/VD0vk4YqXJI/AAAAAAAAChY/H2inJDP0Iwo/s1600/o-protetor-denzel-washington-poster-oficial-01.jpg" height="400" width="270" /></a></div>
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Antes mesmo do lançamento de "O Protetor" nos cinemas, o estúdio da Sony já havia encomendado uma sequência do filme para 2015. A notícia comprova a clara intenção de transformar o projeto em uma franquia, seguindo o estilo do seriado dos anos 1980 "The Equalizer", o qual o filme é baseado. Como esse primeiro capítulo estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos Estados Unidos, do Canadá e do Brasil, a decisão foi acertada.<br /><br />"O Protetor" acompanha a vida de Robert Call (Denzel Washington), que durante o dia trabalha como atendente em uma loja de ferramentas e à noite lê livros na lanchonete da esquina de casa. Lá, ele conhece uma prostituta russa (Chloë Grace Moretz) sob esquema de tráfico de pessoas. Assistindo aos abusos que a jovem sofre diariamente, Robert decide agir. </div>
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O homem pacato revela ser uma máquina de matar, enfrentando todo o eixo leste da máfia russa em sequências cada vez mais violentas. Tem-se mortes com abridores de garrafas, peso de papel, arames farpados e até furadeiras. E, além da defesa da sua protegida, o veterano passa a ajudar aqueles a sua volta, como os colegas de trabalho. </div>
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Robert, na verdade, é um ex-agente da CIA que trabalha no comércio para disfarçar a sua perigosa personalidade. Provocado pelas injustiças sociais, ele sai das sombras e se torna um justiceiro, praticamente um herói urbano. O que intriga é se esse rastro de sangue terá consequências, pois pouco mostra-se sobre o aval de seus superiores quanto ao método sem freios do Protetor. </div>
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No auge da carreira, com um salário de 20 milhões de dólares, Denzel Washington protagoniza a suposta série de títulos e convence como um sujeito ameaçador, hábil em inúmeros golpes - mesmo estando prestes a completar 60 anos. Na outra ponta da balança, Marton Csokas equilibra o duelo como um vilão igualmente sombrio. </div>
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Porém, o embate entre eles somente ocorre nos últimos minutos da projeção. O diretor Antoine Fuqua aposta em um ritmo lento no início, que desenvolve a relação do policial aposentado com a garota - o que seria a motivação para revelar sua verdadeira identidade. Somente na segunda metade que a produção ganha ares de filme de ação.<br /><br />"O Protetor", a nova parceria entre Washington e o cineasta (os dois haviam trabalhado juntos em "Dia de Treinamento", que rendeu um Oscar para o ator), é um bom entretenimento. O sucesso nos cinemas só torna ainda mais garantido o futuro da franquia. Não por menos os produtores deixaram uma pista ao final do filme, quando o herói atende um pedido de ajuda pela internet. Exatamente como ocorre a cada novo caso do seriado.</div>
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Nota: 7</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/rW1U2eqVbu0" width="530"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-62604142983713684152014-05-16T06:08:00.000-07:002014-05-16T06:08:35.901-07:00Crítica: Amante a Domicílio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-la7rDuV_kM4/U3YNxjtysaI/AAAAAAAAChA/oiVQdo8IgbU/s1600/amante_a_domicilio_blumenews.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-la7rDuV_kM4/U3YNxjtysaI/AAAAAAAAChA/oiVQdo8IgbU/s1600/amante_a_domicilio_blumenews.jpg" height="400" width="271" /></a></div>
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<br />John Turturro acordou com a vontade de ser Woody Allen. Escreveu um roteiro cômico-dramático que se passa em um bairro judeu de Nova York, introduziu uma trilha sonora jazzística instrumental e ainda escalou o próprio cineasta para atuar. Não é por menos que “Amante a Domicílio”, dirigido por Turturro, é constantemente confundido como um filme de Allen. O problema, ou melhor, a realidade, é que ele não é o seu ídolo. <br /><br />A trama, também de responsabilidade de Turturro, acompanha Murray (Allen), dono de uma livraria que tenta convencer o amigo Fioravante (Turturro, novamente), um vendedor de flores, a virar um gigolô de luxo. As primeiras clientes são mulheres ricas e casadas, basicamente entediadas com a vida monótona existente nos altos prédios da metrópole. Assim, de lar em lar, de cama em cama, a nova profissão leva Fioravante a conhecer a judia Avigal (Vanessa Paradis), que pode mudar o rumo da história. <br /><br />Com “Amante a Domicílio”, Turturro demonstra talento na direção, alterando bom humor e sensibilidade com belas tomadas. O tom da narrativa também obedece esse ritmo. O seu gigolô não é apresentado como uma máquina de sexo, mas como um acompanhante másculo e atencioso com as mulheres. Ele flerta, dança, faz massagem nas costas e conversa com as clientes. Talvez sejam esses seus diferenciais. <br /><br />Se por um lado Turturro saiu-se bem no comando do projeto, por outro, todo esse esforço desempenhado na concepção dos enquadramentos afastou-o de manter o foco na atuação. Fioravante tem porte, mas não tem carisma. O ator preferiu acionar o piloto automático e deixar o público voltar os olhares para o seu ilustre companheiro de cena, o divertido Allen, que toma conta da tela como o velho cafetão, naquele estilo “Woody Allen sendo Woody Allen”. <br /><br />Porém, a participação do veterano não salva o filme de seu ponto mais fraco: o roteiro, que apresenta aquela história do “gigolô por acidente” já reproduzida inúmeras vezes pelo cinema – mesmo que injetando um caráter cult. Dentro da previsibilidade, a trama ainda peca por não oferecer personagens bem construídos. A única que possui um arco dramático completo e bem desenvolvido é Avigal. <br /><br />A quinta incursão de Turturro na direção pode entreter pelo charme novaiorquino, as canções suaves e o desfile de beldades, como Sharon Stone e Sofia Vergara, mas uma coisa que fique clara: Turturro, definitivamente, não é Woody Allen. Bem longe disso.</div>
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Nota: 6,5<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/EQQRXpLQsjc" width="540"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-34302901549473960512014-02-02T05:40:00.000-08:002014-05-16T05:57:25.712-07:00Crítica: "O Lobo de Wall Street"<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-MfeVmuF8fyI/U3YI7UKgjaI/AAAAAAAACg0/SPoM332AGVw/s1600/olobodewallstreet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-MfeVmuF8fyI/U3YI7UKgjaI/AAAAAAAACg0/SPoM332AGVw/s1600/olobodewallstreet.jpg" height="400" width="272" /></a></div>
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A idade não amoleceu o coração do homem que trouxe “Caminhos Perigosos”, “Taxi Driver”, “Touro Indomável” e “Os Bons Companheiros”. Aos 71 anos, Martin Scorcese mostra que continua ousado e controverso com “O Lobo de Wall Street”, uma história verídica recheada de sexo, violência, linguajar chulo e muitas drogas – não por menos a produção foi censurada para menores de 18 anos. <br />
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O longa-metragem é baseado no livro homônimo de John Belfort, que relata sua experiência no mercado de ações. Ambicioso desde jovem, ele se tornou multimulionário aos 26 anos. Sua brilhante jogada foi investir em papéis de baixo valor e fora da Bolsa de Valores, tornando-se líder de um esquema de corrupção. Como presidente da Stratton Oakmont, transformou a empresa em uma espécie de máfia ou um centro religioso, que chamava seus corretores de Mestres do Universo. <br />
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A rápida ascensão de Belfort e de seus companheiros possibilitou uma vida frenética de diversão sem limites, dentro e fora do escritório, com festas homéricas com direito a prostitutas, substâncias alucinóginas e até mesmo anões. Sem freios para controlar uma fortuna diária em chegava em sua conta, os exageros e as inconsequências levaram o novato empresário a perder o controle de seu império. <br />
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Na pele do protagonista, Leonardo DiCaprio realiza sua quinta parceria com o diretor e, de quebra, oferece a melhor atuação da carreira. O Belfort de DiCaprio é exagerado, hipnotizante e carismático, influenciador não apenas de todos os personagens em cena como também da plateia que acaba torcendo pelo anti-herói – apesar da abordagem neutra de Scorcese.<br />
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Mais que um filme sobre Wall Street, “O Lobo” é um estudo de personagem, uma história excitante sobre um jovem se descobrindo na década de 1980, buscando seu lugar no mundo e querendo usufruir tudo que a vida pode oferecer. Belfort não queria apenas existir. Ele queria mais e nada era o bastante. Sua trajetória não é inspiradora, mas provoca a reflexão sobre quando se tem tudo o que deseja. É a desastrosa combinação de poder, drogas e dinheiro.<br />
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Apesar dos fatos terem ocorrido durante os anos 80, o filme é extremamente atual. A abordagem cinematográfica não dispensa certas críticas, como a corrupção dos corretores e a conquista do sonho americano a qualquer preço. O símbolo dessa distorcida realidade é o personagem de Matthew McConaughey (fantástico em poucos minutos em cena), que ensina Belfort todos os “truques” do negócio sujo.<br />
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Com mais de 30 títulos no currículo, Scorcese supera-se em uma obra agressiva, obscena e visceral. A duração de três horas não é empecílio, pois o diretor comprova o completo domínio do que ocorre na tela. Ele brinca com o ritmo da produção, alternando múltiplas cenas aceleradas com momentos em que prefere diminuir o fluxo e se deliciar com uma longa sequência, como a hilariante aventura compartilhada por Belfort e seu amigo Donnie (Jonah Hill, inspirado) ao tomar um vidro de comprimidos vencidos. <br />
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“O Lobo de Wall Street” já é um marco na carreira do diretor. Um filme memorável, com uma história vibrante e surpreendente, em perfeita sintonia com seu elenco. O projeto ainda é afinado por passagens cômicas e uma trilha sonora rock´n´roll. De absurdos e hedonismo exarcebado, nasce mais um clássico para a consagrada filmografia de Scorcese.<br />
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Nota: 9<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/iszwuX1AK6A" width="540"></iframe></div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5537242934788377407.post-14542948795586833132013-12-19T04:43:00.002-08:002013-12-19T04:46:00.245-08:00Crítica: É o Fim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-PHBtWtnp7sw/UrLp425Ib9I/AAAAAAAACgc/Zoxsuzythbs/s1600/titend_poster_brazil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gua="true" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-PHBtWtnp7sw/UrLp425Ib9I/AAAAAAAACgc/Zoxsuzythbs/s400/titend_poster_brazil.jpg" width="271" /></a></div>
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James Franco resolve dar uma festa na sua mansão e convida uma série de atores e cantores do momento, entre eles Seth Rogen, Jonah Hill, Jay Baruchel, Danny McBride e Craig Robinson. No meio da bebedeira e muita loucura, crateras profundas brotam do chão e luzes azuis sugam as pessoas em direção ao céu. Essa é grande ideia de “É o Fim”, filme que coloca jovens atores da comédia americana interpretando a si mesmos durante o apocalipse. <br />
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Escrito pelos roteiristas de “Superbad” e “Segurando as Pontas”, o projeto é um deboche quanto aos selos que caracterizam as celebridades. Os seis amigos, todos integrantes do time de Judd Apatow (“O Virgem de 40 Anos”, “Ligeiramente Grávidos”) praticam autoreferências o tempo todo, com piadas internas que se tornam eficazes quando se conhece os atores e seus filmes. <br />
<br />
O grupo aproveita o fim do mundo para refletir sobre a vida e rir de si mesmo. Falam do fracasso de Seth como “O Besouro Verde”, o peso da indicação ao Oscar de Hill para “Moneyball”, os questionamentos sobre a sexualidade de Franco, o fato de Baruchel não ser famoso e outros absurdos que provocam as mais altas risadas.<br />
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Recheado de participações especiais, “É o Fim” concentra na balada apocalíptica personalidades como Jason Lee, Jason Segel, Paul Rudd e Christopher Mintz-Plasse, além de pontas hilárias de Rihanna, Emily Watson, Michael Cera e até uma boy band que é melhor não revelar. Todos entram no clima da brincadeira nonsense e divertem-se em papéis inesperados, vide Channing Tatum.<br />
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O filme é baseado no curta-metragem “Jay and Jay Versus the Apocalypse”, de 2007, produzido pelos dois atores. Com maior orçamento, o longa promove o juízo final com direito a monstros, possessão, sustos e muita violência, numa curiosa mistura de fim do mundo com piadas impagáveis. Definitivamente, é a melhor comédia do ano. <br />
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“É o Fim” encontra seu público naquele mesmo espectador que favoritou o alucinógeno “Segurando as Pontas”. É indicado para “dudes”, adolescentes do sexo masculino que vão curtir o humor politicamente incorreto e sem limites. Então, se você é um deles, prepare a cerveja e aperte o play. <br />
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Nota: 8</div>
MaxCirnehttp://www.blogger.com/profile/05265371829544943789noreply@blogger.com0