No Vale das Sombras


Após vencer o Oscar por Crash – No Limite, o diretor Paul Haggis decidiu tocar em um dos pontos fracos dos norte-americanos: a guerra no Iraque. Apesar de ser baseado em fatos reais, o roteiro de sua autoria valoriza os personagens, dando a amplidão adequada para cada um dos envolvidos no desaparecimento de um soldado que recém retornou aos Estados Unidos.

Tommy Lee Jones, indicado ao prêmio da Acadêmia esse ano, realiza um exercício de atuação com profundidade, equilibrando a amargura e a determinação incessante de esclarecer o caso. Dividindo a tela com ele, Charlize Theron surge um pouco apagada, mas ainda assim competente. O elenco de apoio conta com Susan Sarandon, James Franco e Josh Brolin.

O andamento calmo não cansa o espectador, só faz com que a produção adquira a densidade que a trama precisa, uma vez que o realismo e a honestidade são presentes durante toda investigação. A crítica fica por conta de uma cena com a bandeira dos Estados Unidos, onde cabe assistir o filme para descobrir. Bom entretenimento, bem realizado e com conteúdo.


(spoiler) O roteiro acaba indo além de apenas julgar o papel dos EUA na guerra, o projeto mostra como os soldados que voltaram do conflito chegam em seu país. O exército transforma as criaturas em monstros, destruindo seu psicológico através da crueldade e frieza pelo qual passam. Esse é um ponto muito interessante abordado em No Vale das Sombras. As feridas ficam abertas por mais tempo do que se imagina.

Nota: 7,5

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