Entre Irmãos


Sam e Tommy são irmãos. O primeiro é casado, tem duas filhas e desempenha uma ótima carreira como capitão do exército. O segundo é um malandro, que quando não está atrás de um rabo de saia fica aplicando golpes e se metendo em confusão. O filme inicia quando Sam está partindo para servir no Afeganistão e Tommy está voltando após um período na prisão. Um chega e o outro vai embora.

“Entre Irmãos” é uma refilmagem do filme dinamarquês, “Brodre”, dirigido por Susane Bier. Os direitos do original foram comprados logo após a exibição do longa no Festival de Sundance em 2004. Na versão americana quem protagoniza o triângulo amoroso é Tobey Maguire, Natalie Portman e Jake Gyllenhaal.

Essa situação à três se desenvolve a partir do momento em que Sam é dado com morto. A notícia abala a família e Tommy passa a consolar a viúva do irmão, Grace. Tempos depois, quando Sam aparece vivo - depois sofrer barbaridades na guerra - a situação inverte. O bom e mau irmão trocam de figura. Sam está amargurado e começa a desconfiar que sua esposa transou com o irmão. Estranho e violento, nem mesmo as filhas passam a gostar de sua companhia. Enquanto isso, Tommy que antes era largado acabou encontrando um lar e tomando para si a vida que o irmão levava.

O filme aborda principalmente as relações familiares e a inevitável comparação entre irmãos. O retorno de Sam vai direcionar a trama para um clímax que deixa questões ambíguas – o que é interessante – e outras solucionadas de forma apressada, que terminam comprometendo levemente o desenvolvimento narrativo.

“Entre Irmãos” concilia drama familiar com thriller de guerra, uma estratégia perigosa que termina dando certo. O forte apelo contra as barbáries da guerra constitui uma segunda trama, mostrada através do ocorrido com Sam durante o tempo em que foi tido como morto. Essa vertente ganha maior peso com a mensagem final do projeto. O diretor Jim Sheridan (“Em Nome do Pai”, “Meu Pé Esquerdo”) trabalhou com um dramalhão difícil – e assim como o original - conseguiu torná-lo bastante pertinente e, acima de tudo, real.

Nota: 7,5

Ilha do Medo


Dezenove anos depois de “Cabo do Medo”, Martin Scorsese embarca pela segunda vez, em toda sua filmografia, no gênero do suspense. A atmosfera de mistério é oferecida desde a primeira cena, quando observamos em meio à neblina uma balsa levando o agente federal Teddy Daniels e seu colega Chuck Aule para a ilha Shutter. A dupla está ali para investigar o sumiço de uma paciente que escapou de maneira inexplicável do hospital psiquiátrico instalado no local.

A partir dessa premissa, o diretor começa a introduzir pistas, como em um filme de David Lynch, instigando a curiosidade e desafiando o público a desvendar o que existe por trás daquele emaranhado de cenas que podem ou não ser reais. A estratégia é semelhante a do seriado “Lost”, que com o decorrer vai apresentando cada vez mais personagens e, com eles, mais enigmas.

Tanto mistério por nada. A resolução de “Ilha do Medo” é tremendamente óbvia, e pode ser descoberta antes da metade do filme por qualquer espectador que já assistiu alguns bons exemplares de suspense e terror. A quantidade elevada de mistérios e subtramas procura dar a impressão de complexidade – o que se mostra pura enrolação. O roteiro ainda tenta justificar os momentos anteriores com um encerramento chocante e possivelmente denso ao mostrar DiCaprio em uma cena dramática que acontece em um lago.

O forte da produção é, sem dúvida, o comando do veterano diretor, que realiza um trabalho elegante e por vezes artificial. Esse exagero visual pode ser identificado através da trilha agressiva, das atuações caricaturais, diálogos forçados e uso de tecnologia grotesca. Todos esses elementos com o propósito de homenagear os filmes de suspense das primeiras décadas do cinema, incluindo também os trash. O clima criado por Scorsese é soturno e tenso, perfeito para um roteiro que visa estimular a mente de quem assiste.

Infelizmente, o projeto não consegue fazer todos os seus instrumentos funcionarem em harmonia. Com esses problemas o labirinto pelo qual Teddy Daniels percorre mais atordoa do que proporciona entretenimento satisfatório.

Nota: 7

O Segredo de Seus Olhos


Representante do cinema argentino no Oscar 2010, “O Segredo de Seus Olhos” entrou na disputa e surpreendeu. As apostas anunciavam com disparada vantagem a vitória do alemão “A Fita Branca”, realizado pelo diretor Michael Haneke. O prêmio acabou nas mãos dos nossos "hermanos" por uma questão de simpatia com a obra. Entre os dramas indicados, o filme era o único que introduzia um humor contagiante, responsável por tornar a história densa em um entretenimento mais leve.

Na trama, Benjamin Esposito é um oficial da justiça aposentado que decide escrever um livro baseado em um caso que aconteceu há 30 anos. A investigação do passado envolve o estupro e o consequente assassinato da esposa de um bancário. Para encontrar o culpado, ele conta com a ajuda de seu colega e amigo Sandoval e da nova chefe Irene.

O caráter de filme policial é diluído pelas tiradas cômicas do roteiro e as situações dramáticas envolvendo Benjamin e Irene, que protagonizam um caso de amor não concretizado. Nesse caminhar, o filme apresenta diálogos simplórios, cenas com propósito único de serem engraçadas e um ritmo bastante lento. O ator principal (e preferido do diretor do filme Juan José Campanella) não consegue injetar o "fogo" necessário para o importante romance da trama e permanece durante todo tempo com uma cara de “sono eterno”.

“O Segredo de Seus Olhos” ganha pontos com seu curioso final, que conclui a história de forma muito interessante e dando valor para os conflitos dos personagens. Mesmo com um resultado irregular, a fórmula deu certo: tornou-se o filme nacional de maior sucesso de bilheteria na Argentina nos últimos 35 anos e ainda arrecadou o prêmio mais importante do cinema.

Nota: 7,3

Os Homens Que Encaravam Cabras


Quatro astros de Hollywood e uma cabra. Estes são os integrantes da divertida (e monótona) comédia sobre um programa militar que incentiva o desenvolvimento de poderes paranormais. Baseado no livro de Jon Ronson, a trama aproveita teorias da conspiração tipicamente americanas para criar cenas absurdas e colocar os atores em situações constrangedoras.

“Os Homens que Encaravam Cabras” possui um humor particular, história non-sense e ritmo desequilibrado. Com esses atributos pode-se jurar que é um filme dos irmãos Coen. Por incrível que pareça não é. A direção é do desconhecido Grant Heslov, ator coadjuvante de vários filmes e produtor de seriados, que parece ter se inspirado na filmografia da dupla de cineastas.

Quanto ao elenco, George Clooney é quem paga os maiores micos como um dos soldados com poderes mentais. Jeff Bridges encara o general paz e amor. Ewan McGreggor é o jornalista que investiga o caso. Kevin Spacey volta as telas como o vilão desta história difícil de acreditar. Mesmo com um time de bons atores e um tema interessante, o filme não consegue evitar os altos e baixos durante a sessão, gerando uma inconstância que compromete o aproveitamento como um todo.

Até as cabras, no filme, morreram de tédio.

Nota: 6,5

O Amor Pede Passagem


Nos últimos meses uma enxurrada de filmes com a palavra “amor” invadiu os cinemas. “Amor Sem Escalas”, “Idas e Vindas no Amor”, “O Amor Acontece” e “O Amor Pede Passagem”. Quanta criatividade dos "tradutores". No meio dessas supostas comédias românticas se destacam um sensacional drama indicado ao Oscar e um bonitinho filme que agrada os apaixonados.

“O Amor Pede Passagem” é esse filme simpático citado no primeiro parágrafo. Na trama, Sue Claussen é uma executiva que, entre suas viagens de trabalho, se hospeda em um hotel de beira de estrada. Lá, ela conhece Mike, filho dos donos do local, que parece estar disposto a conquistá-la. O garoto apresenta problemas de sociabilidade e luta para que a charmosa e solitária hóspede lhe dê atenção.

A eterna fórmula dos filmes de romance funciona aqui, principalmente, pelo talento do ótimo Steve Zahn. A apática Jennifer Aniston até consegue tornar sua personagem interessante e entrega uma boa interpretação. O roteiro redondinho só peca por uma virada totalmente dispensável envolvendo um mosteiro budista. Do restante, a trama “tocante” e a boa química da dupla principal fortalecem essa produção simples e eficaz na sua proposta.

Nota: 7

Por Uma Vida Melhor


Sam Mendes quer ser um cineasta plural. Ele já passeou pelos gêneros do drama (“Beleza Americana”, “Foi Apenas Um Sonho”), guerra (“Soldado Anônimo”) e noir (“Estrada Para a Perdição”). Agora chegou a vez de realizar um filme menor, com roupagem indie e proposta de cinema independente.

“Por Uma Vida Melhor” conta a história de um casal de trinta e poucos anos que está esperando um filho. Como os dois não possuem empregos fixos, decidem realizar uma viagem pelos Estados Unidos na busca do melhor lugar para construir uma família. Em uma espécie de “road movie”, a dupla passa de cidade em cidade visitando amigos e conhecidos.

O filme retrata uma geração de jovens com mais de trinta anos que se encontra sem formação acadêmica, sem emprego decente, sem perspectiva de um futuro melhor. São adultos perdidos que acabam acumulando obrigações sem ao menos saberem cuidar de si próprios. Esse casal que precisa de ajuda vai encontrar na jornada pessoas ainda mais problemáticas e bizarras que eles. Os personagens secundários falam tanto absurdos – e são tão caricaturais – que chegamos a achar que a sanidade está nos protagonistas.

Sam Mendes, que é um diretor renomado por seus filmes maduros, pisa na bola com essa produção simplória e sem graça. Não há como comparar os demais longas-metragens do cineasta com este último exemplar. Peca até mesmo nos principais quesitos: roteiro, atuações e direção. Mendes introduziu na sua brilhante filmografia um deslize imenso chamado “Por Uma Vida Melhor”. Cabe agora recompensar em um novo projeto.

Nota: 4

Abraços Partidos


Após uma longa filmografia, o cinema de Almodóvar continua o mesmo: as cores berrantes se sobressaem, os personagens caricatos declamam suas barbaridades, os figurinos seguem extravagantes e as situações mesclam o exagero com a realidade. “Abraços Partidos” é definitivamente um filme do diretor. Considerado pelos críticos “uma obra menor de Almodóvar”, o longa-metragem pode ser comparado a um novelão, mas o importante é que somado a esse “drama mexicano” temos os elementos característicos (e tão adorados) do cineasta.

O filme inicia com duas narrativas, passado e presente, mostrando como o escritor Mateo Blanco ficou cego e perdeu Lena, o amor de sua vida. O roteiro escrito pelo próprio diretor é uma colcha de retalhos, que entrelaça vários personagens, e comprova o talento do realizador como um grande contador de histórias.

Almodóvar reuniu um time de atores com o qual já trabalhou diversas vezes (Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo e Rossy de Palma). Esses rostos já são referências marcantes ao universo criado pelo diretor. Dessa vez, quem se destaca no elenco é Penélope com uma adorável imitação de Audrey Hepburn. Além dessa homenagem ao cinema, temos a apresentação da metalinguagem como elemento fundamental do roteiro. É nos sets de filmagem de um filme dirigido por Mateo (Homar), que ele conhece Lena (Cruz), uma atriz estreante e esposa do empresário que está financiando o projeto. Os dois imediatamente se apaixonam.

“Garotas & Malas” é esse filme dentro do filme, e Almodóvar cria uma auto-referenciação quando confere a essa “película” um visual kitsch e o humor digno de suas produções de início de carreira – algo semelhante a “Mulheres a Beira de Um Ataque de Nervos”. O contraste entre a realidade da trama principal de “Abraços Partidos” e o colorido vibrante de “Garotas & Malas” é evidente.

Tão importante quanto o texto, as imagens nos filmes do diretor representam um artifício gráfico de muita expressão no seu cinema. Nesse novo exemplar, ele realiza belas cenas que traduzem, sem diálogo algum, os sentimentos dos personagens. É o que acontece quando Lena e Mateo fazem sexo pela primeira vez e a câmera se liberta dos planos estáticos delirando de prazer junto deles. O mesmo já não ocorre quando ela tem que se deitar com o marido. As transições de cena também são elegantes, como aquela em que a imagem de uma pessoa descendo as escadas é suavemente transposta para um rolo de filme em execução.

“Abraços Partidos” vai apresentando mais camadas do que se imagina e suas histórias não parecem ter fim. Essa profusão de conflitos pode sugerir uma relação com os dramas de telenovelas. Porém, a comparação não chega a se concretizar porque Almodóvar estabelece uma embalagem refinada para o produto, centrando a história naquele seu universo pessoal e único que é tão bem conhecido e admirado.

Nota: 8

Rever filmes e o mistério dos Coen

Já me aconteceu de odiar um filme na primeira vez que assisti e em uma segunda exibição acabar gostando. Isso geralmente ocorre com filmes que vi quando era criança e não tinha maturidade para compreender temas voltados para uma platéia adulta.

Gosto de cinema desde muito pequeno. Vivia na locadora, assinava revistas de cinema, comprava outras publicações nas bancas de jornais, revestia as paredes do quarto com cartazes. Com essa paixão desde cedo, assisti com 10 anos “Despedida em Las Vegas”, 11 “Boggie Nights” e 13 “De Olhos Bem Fechados”. Todos filmes densos e difíceis. Óbvio que, na época, não gostei de nenhum. De lá para cá, se passaram quase dez anos e revi cada um deles. Foi como se eu nunca os tivesse assistido. Apreciei esses filmes com surpresa e fiz uma nova leitura. Às vezes isso acontece.

Agora, é mais difícil mudar de opinião em filmes recentes, quando se assiste novamente pouco tempo depois. O que pode ocorrer é passar a gostar mais de um filme que eu já gostava porque em uma segunda sessão pude reparar em outros detalhes. De vez em quando sinto essa necessidade de rever algumas produções que não gostei muito. É o caso de “Um Homem Sério”, indicado ao Oscar e ovacionado pelos críticos. Odiei o filme. O pior filme dos Coen que eu assisti. Filme chato. Parado. Sem originalidade. Atrativos zero.

Acabo sentindo uma obrigação de rever esses filmes para tentar descobrir o que outros tanto gostaram. Assistir com um novo olhar, ir disposto a embarcar no filme e desprender de preconceitos – algo que sempre deve ser feito. O problema é que algumas vezes a expectativa em torno do projeto fala mais alto e o longa-metragem resulta em uma decepção para o espectador.

No caso dos irmãos Joel e Ethan Coen, já vou confessando que não sou fã da dupla. Não gosto do cinema que eles fazem. Não acho que realizaram alguma obra-prima. O premiado “Onde os Fracos Não Tem Vez” apresentava um assassino bacana interpretado por Javier Barden e tinha a história baseada no romance de McComarc (e mal adaptado por sinal). “Queime Depois de Ler” rendeu algumas risadas e olhe lá. “Fargo” é interessante e talvez o melhor filme deles – briga com “Gosto de Sangue”. O restante da filmografia não me serve.

Pois é, tenho implicância mesmo. Não gosto do humor deles, dos finais interrompidos, das cenas sem propósitos, do ritmo lento quase parando, dos diálogos chatos. Parece que a dupla cria uma história para poder estragá-la no decorrer do filme. E o pior é que são aclamados por isso. O sucesso dos Coen é um mistério para mim. Vejo muita gente reclamar de seus filmes, principalmente o grande público. Uma opinião que vai ao contrário da dos críticos e dos festivais que lhe rasgam elogios e oferecem prêmios.

Depois desse falatório revoltado esclarecendo o meu parecer quanto aos irmãos cineastas, repito que gostaria de rever “Um Homem Sério”. Talvez por algum motivo desconhecido eu consiga enxergar o que alguns “cabeções” conseguiram. Como não vai dar tempo de conferir pela segunda vez antes da cerimônia do Oscar, deixo a crítica da primeira impressão que tive do filme. Convido você a encarar o desafio de assistir o filme e escolher o seu lado.

Um Homem Sério

O novo exemplar dos irmãos Joel e Ethan Coen (“Onde os Fracos Não Tem Vez”, “Queime Depois de Ler”) é uma mistura de filme “tudo dá errado na vida do protagonista” com “homem levado a loucura”. O coitado em questão é Larry Copnik, um professor de física casado e com dois filhos. Tudo ocorre normalmente na classe média até que sua mulher diz que tem um amante e quer o divórcio. Esse é o primeiro passo para tudo desabar.

Ao invés de criar uma história em que o personagem tem um “dia de fúria”, os diretores e também roteiristas preferem deixá-lo como um covarde que não faz nada para sair da pior, optando apenas em se aconselhar com rabinos. A estratégia pode até soar interessante mas não é bem executada. O ritmo do longa-metragem é lento, muitas cenas não levam a lugar algum e para variar a narrativa não é completada, ou seja, termina sem encerramento ou moral.

Um Homem Sério” é mais um filme dos Coen que deixa o público frustrado. O melhor do projeto é Michael Stuhlbarg (praticamente idêntico ao Joaquim Phoenix), que interpreta o personagem do título e tem um desempenho muito convincente. Fora isso, o longa-metragem encontra-se perdido e devendo muito em qualidade para os ótimos exemplares do Oscar deste ano.

Nota: 3

Apostas para o Oscar 2010

O bolão para acertar os vencedores de cada categoria da 82ª cerimônia do Oscar já começou. Seguindo o modelo criado pelo crítico Pablo Villaça, as minhas apostas estão separadas em quem deve vencer, a explicação dessa escolha, o meu voto pessoal e quem eu não gostaria que levasse o prêmio para casa. A entrega das estatuetas acontece no dia 7 de março. Vamos aos lances!

MELHOR FILME
Avatar
Um Sonho Possível
Distrito 9
Educação
Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
Preciosa
Um Homem Sério
Amor sem Escalas
Up – Altas Aventuras

Vai vencer: “Avatar”

Explicando a escolha: A disputa está tensa esse ano. “Avatar” ou “Guerra ao Terror”? Enquanto as opiniões variam, já me decidi faz tempos em apoiar a superprodução de James Cameron. “Guerra ao Terror” é um filme tão mediano que não se compara ao esplendor criado pelo filme dos Navis.

Qual seria o meu voto: entre os dez indicados ficaria com “Amor Sem Escalas”, o meu preferido. Seguido depois de “Distrito 9” e “Bastardos Inglórios”.

Se vencer, eu mato um: “Guerra ao Terror” e “Um Homem Sério”. Nem deveriam estar entre os indicados.

MELHOR DIRETOR
Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)
James Cameron (Avatar)
Jason Reitman (Amor Sem Escalas)
Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios)
Lee Daniels (Preciosa)

Vai vencer: Kathryn Bigelow

Explicando a escolha: Bigelow realizou um bom trabalho e deve se tornar a primeira diretora a vencer o Oscar. O curioso é imaginar uma mulher por trás de um filme como “Guerra ao Terror”.

Qual seria o meu voto: Quentin Tarantino que ainda não venceu e realmente merece.

Se vencer, eu mato um: não gostaria que “Guerra ao Terror” levasse prêmio algum, mas essa categoria é, na minha opinião, o ponto mais forte do filme.

MELHOR ATOR
Jeff Bridges (Coração Louco)
Morgan Freeman (Invictus)
Jeremy Renner (Guerra ao Terror)
George Clooney (Amor Sem Escalas)
Colin Firth (Direito de Amar)

Vai vencer: Jeff Bridges

Explicando a escolha: não assisti a “Coração Louco”, “Invictus” e “Direito de Amar”. Pelos boatos, o grande favorito é Bridges com sua interpretação de um músico fracassado que recupera a carreira – algo semelhante à “O Lutador” no Oscar passado. Ajuda o fato dele já ter sido indicado outras vezes.

Qual seria o meu voto: entre “Amor Sem Escalas” e “Guerra ao Terror”? adivinhem.

Se vencer, eu mato um: Jeremy Renner está bem no filme. É melhor se contentar com a indicação.

MELHOR ATRIZ
Sandra Bullock (Um Sonho Possível)
Meryl Streep (Julie & Julia)
Carey Mulligan (Educação)
Helen Mirren (The Last Station)
Gaboury Sidibe (Preciosa)

Vai vencer: Meryl Streep

Explicando a escolha: depois de 16 indicações e apenas três prêmios, Meryl Streep deve ser novamente consagrada. Fazem mais de vinte anos que a atriz levou seu último Oscar para casa. Em “Julie & Julia” ela mostra que é a grande dama do cinema e que sua concorrente, Sandra Bullock, tem ainda muito caminho a trilhar.

Qual seria o meu voto: Meryl Streep.

Se vencer, eu mato um: Esperava mais da atuação da “preciosa” Gaboury Sidibe.

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)
Woody Harrelson (O Mensageiro)
Matt Damon (Invictus)
Stanley Tucci (Um Olhar do Paraíso)
Christopher Plummer (The Last Station)

Vai vencer: Christoph Waltz

Explicando a escolha: abocanhou praticamente todos os prêmios de 2010 e deve repetir no Oscar. Não há quem assista “Bastardos Inglórios” e não fique impressionado com a performance do Coronel Landa.

Qual seria o meu voto:
Heil, Hitler.

Se vencer, eu mato um: qualquer outro.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Mo’Nique (Preciosa)
Anna Kendrick (Amor Sem Escalas)
Vera Farmiga (Amor Sem Escalas)
Maggie Gyllenhaal (Coração Louco)
Penelope Cruz (Nine)

Vai vencer: Mo´Nique

Explicando a escolha: Assim como Waltz é unanimidade na categoria de Ator Coadjuvante, Mo`Nique é uma das maiores barbadas da noite de domingo. O desempenho impressionante da atriz vale todo o filme.

Qual seria o meu voto: Mo´Nique.

Se vencer, eu mato um: qualquer outra.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios)
Mark Boal (Guerra ao Terror)
Joel e Ethan Coen (Um Homem Sério)
Alessandro Camon e Oren Moverman (O Mensageiro)
Bob Peterson e Pete Docter (Up – Altas Aventuras)

Vai vencer: “Bastardos Inglórios”.

Explicando a escolha: o filme de Tarantino deve ser recompensado na categoria de roteiro original. Os demais concorrentes aparecem mais fracos na disputa.

Qual seria o meu voto: “Bastardos Inglórios”.

Se vencer, eu mato um: “Guerra ao Terror”.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Jason Reitman e Sheldon Turner (Amor Sem Escalas)
Neill Blomkamp (Distrito 9″)
Nick Hornby (Educação)
Geoffrey Fletcher (Preciosa)
Jesse Armstrong, Samon Blackwell, Armando Iannucci e Tony Roche (In the Loop)

Vai vencer: “Amor Sem Escalas”

Explicando a escolha: o roteiro de “Amor Sem Escalas” é o ponto alto do filme e deve ser agraciado. Na briga, o excelente “Distrito 9” pode surpreender, porém a Academia é muito conservadora para premiar uma ficção científica.

Qual seria o meu voto: “Amor Sem Escalas”.

Se vencer, eu mato um: “Preciosa” é menor perante os demais candidatos.

MELHOR ANIMAÇÃO
Coraline e o Mundo Secreto
O Fantástico Sr. Raposo
A Princesa e o Sapo
The Secret of Kells
Up – Altas Aventuras

Vai vencer: “Up – Altas Aventuras”

Explicando a escolha: “Up” é mais uma das barbadas da noite. Foi indicado a Melhor Filme enquanto as demais animações não. Se perder é porque a Academia está ficando com Alzheimer.

Qual seria o meu voto: “O Fantástico Sr. Raposo”. Sou fã do Wes Anderson.

Se vencer, eu mato um: “Coraline” me decepcionou.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Rick Carter, Robert Stromberg, Kim Sinclair (Avatar)
Dave Warren, Anastasia Masaro, Caroline Smith (O Mundo Imáginário do Dr. Parnassus)
John Myhre, Gordon Sim (Nine)
Sarah Greenwood, Katie Spencer (Sherlock Holmes)
Patrice Vermette, Maggie Gray (The Young Victoria)

Vai vencer: “Avatar”.

Explicando a escolha: o mundo criado por James Cameron é um universo impressionante, que mescla elementos gráficos de cair o queixo com a densidade filosófica de crenças de um povo poderoso. Só isso deixa os demais concorrentes bem longe.

Qual seria o meu voto: “Nine”.

Se vencer, eu mato um: “The Young Victoria”. O filme é muito bom e tem uma direção de arte eficiente. Pode ficar contente com a indicação.

MELHOR FOTOGRAFIA
Mauro Fiore (Avatar)
Bruno Delbonnel (Harry Potter e o Enigma do Príncipe)
Barry Ackroyd (Guerra ao Terror)
Robert Richardson (Bastardos Inglórios)
Christian Berger (A Fita Branca)

Vai vencer: “Avatar”.

Explicando a escolha: ganhando o Oscar de Melhor Filme, a produção deve receber os demais prêmios em categorias técnicas - já que não concorre com roteiro e atores.

Qual seria o meu voto: “Bastardos Inglórios”.

Se vencer, eu mato um: “Guerra ao Terror”?

MELHOR FIGURINO
Janet Patterson (O Brilho de uma Estrela)
Catherine Leterrier (Coco Antes de Chanel)
Monique Prudhomme (O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus)
Colleen Atwood (Nine)
Sandy Powell (The Young Victoria)

Vai vencer: O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

Explicando a escolha: “Coco Antes de Chanel” decepciona tanto como filme como nos figurinos da protagonista. Espero que não ganhe. “Nine” foi massacrado pelos críticos e não deve levar nada. “The Young Victoria” é apenas correto. “O Brilho de Uma Paixão” não assisti. Deixo a aposta para o universo fantástico do filme de Terry Gilliam.

Qual seria meu voto: “Nine”.

Se vencer, eu mato um: “Coco Antes de Chanel”.

MELHOR EDIÇÃO
Stephen Rivkin, John Refoua e James Cameron (Avatar)
Julian Clarke (Distrito 9)
Bob Murawski e Chris Innis (Guerra ao Terror)
Sally Menke (Bastardos Inglórios)
Joe Klotz (Preciosa)

Vai vencer: “Guerra ao Terror”

Explicando a escolha: “Avatar” e “Bastardos Inglórios” por serem extensos acabam se tornando levemente irregulares na montagem. “Guerra ao Terror” deve vencer por ser mais coerente e criar cenas tensas graças à sua edição.

Qual seria o meu voto: “Distrito 9” é redondinho.

Se vencer, eu mato um: sem mortes aqui.

MELHOR MAQUIAGEM
Aldo Signoretti e Vittorio Sodano (Il Divo)
Barney Burman, Mindy Hall e Joel Harlow (Star Trek)
Jon Henry Gordon e Jenny Shircore (The Young Victoria)

Vai vencer: “Star Trek”.

Explicando a escolha: por eliminatória. Não assisti “Il Divo” e “The Young Victoria” não apresenta revoluções na técnica.

Qual seria o meu voto: “Star Trek”.

Se vencer, eu mato um: sem mortes aqui.

MELHOR TRILHA ORIGINAL
James Horner (Avatar)
Alexandre Desplat (O Fantástico Sr. Raposo)
Marco Beltrami e Buck Sanders (Guerra ao Terror)
Hans Zimmer (Sherlock Holmes)
Michael Giacchino (Up – Altas Aventuras)

Vai vencer: “Up – Altas Aventuras”.

Explicando a escolha: pela sequencia inicial.

Qual seria o meu voto: “O Fantástico Sr. Raposo”. Perfeita trilha.

Se vencer, eu mato um: sem mortes aqui.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Almost There, de A Princesa e o Sapo (Música e Letra de Randy Newman
Down in New Orleans, de A Princesa e o Sapo (Música e Letra de Randy Newman
Loin de Paname, de Paris 36 (Música de Reinhardt Wagner; Letra de Frank Thomas)
Take It All, de Nine (Música e Letra de Maury Yeston)
The Weary Kind, de Coração Louco (Música e Letra de Ryan Bingham e T-Bone Burnett)

Vai vencer: “Coração Louco”.

Explicando a escolha: a música representa a superação do personagem de Bridges. Em relação aos demais, podemos descartar as músicas de “A Princesa e o Sapo”, enquanto “Take it All” é ótima, mas não o ápice de “Nine”.

Qual seria o meu voto: na falta de “Be Italian” ou “Cinema Italiano”, fico com a única representante do filme “Nine”.

Se vencer, eu mato um: sem mortes aqui.

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Christopher Boyes e Gwendolyn Yates Whittle (Avatar)
Paul N.J. Ottosson (Guerra ao Terror)
Wylie Stateman (Bastardos Inglórios)
Mark Stoeckinger e Alan Rankin (Star Trek)
Michael Silvers and Tom Myers (Up – Altas Aventuras)

Vai vencer: “Avatar”.

Explicando a escolha: você assistiu no cinema?

MELHOR MIXAGEM DE SOM
Christopher Boyes, Gary Summers, Andy Nelson e Tony Johnson (Avatar)
Paul N.J. Ottosson e Ray Beckett (Guerra ao Terror)
Michael Minkler, Tony Lamberti e Mark Ulano (Bastardos Inglórios)
Anna Behlmer, Andy Nelson e Peter J. Devlin (Star Trek)
Greg P. Russell, Gary Summers e Geoffrey Patterson (Transformers: A Vingança dos Derrotados)

Vai vencer: “Avatar”

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham e Andrew R. Jones (Avatar)
Dan Kaufman, Peter Muyzers, Robert Habros e Matt Aitken (Distrito 9)
Roger Guyett, Russell Earl, Paul Kavanagh e Burt Dalton (Star Trek)

Vai vencer: “Avatar”

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Ajami (Israel)
El Secreto de Sus Ojos (Argentina)
A Teta Assustada (Peru)
O Profeta (France)
A Fita Branca (Alemanha)

Vai vencer: “A Fita Branca”.

Explicando a escolha: chegou a vez de premiar o cultuado diretor Michael Haneke.

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
French Roast, de Fabrice O. Joubert
Granny O’Grimm’s Sleeping Beauty, de Nicky Phelan e Darragh O’Connell
The Lady and the Reaper, de Javier Recio Gracia
Logorama, de Nicolas Schmerkin
A Matter of Loaf and Death, de Nick Park

Vai vencer: “French Roast”.

Explicando a escolha: A Academia gosta das histórias de Wallace & Gromit, mas espero que o fraquíssimo “A Matter of Loaf and Death” não ganhe. “Logorama” tem caráter cult e nerd. Duvido muito. “The Lady and the Reaper” tem animação e história no estilo "Looney Tunes". A dúvida é: “French Roast” ou “Granny O´Grimm´s Sleeping Beauty”. O primeiro é uma linda fábula. Fico com esse.

Qual seria o meu voto: “French Roast”, animação refinada e com moral.

Se vencer, eu mato um: “A Matter of Loaf and Death”.

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO
The Door, de Juanita Wilson e James Flynn
Instead of Abracadabra, de Patrik Eklund e Mathias Fjellström
Kavi, de Gregg Helvey
Miracle Fish, de Luke Doolan e Drew Bailey
The New Tenants, de Joachim Back e Tivi Magnusson
Melhor Documentário
Burma VJ, de Anders Østergaard and Lise Lense-Møller
The Cove
Food, Inc., de Robert Kenner and Elise Pearlstein
The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers, de Judith Ehrlich and Rick Goldsmith
Which Way Home, de Rebecca Cammisa

MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM
China’s Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province, de Jon Alpert e Matthew O’Neill
The Last Campaign of Governor Booth Gardner, de Daniel Junge e Henry Ansbacher
The Last Truck: Closing of a GM Plant, de Steven Bognar e Julia Reichert
Music by Prudence, de Roger Ross Williams e Elinor Burkett
Rabbit à la Berlin, de Bartek Konopka e Anna Wydr


Prefiro não opinar quanto as categorias de curta-metragem e documentários. Não assisti nenhum.

A Caixa


A ficção científica permeia os filmes de Richard Kelly. Em “Donnie Darko” temos a influência de viagens no tempo e em “Southland Tales” quem dita as regras é o apocalipse que se aproxima. No mais recente longa-metragem do diretor, “A Caixa”, não poderia ser diferente. O filme apresenta fortes tendências ao sci-fi, começando com o personagem de James Marsden, que trabalha para a NASA e ajudou a criar uma câmera fotográfica espacial. No decorrer do projeto várias dicas são dadas para unir esses elementos futuristas com a “resolução” do caso.

Baseado no conto “Buttons, Buttons” de Richard Mathenson (que também já deu origem a um episódio do seriado “Além da Imaginação”), o roteiro adaptado pelo próprio diretor gira em torno de um casal do subúrbio que recebe uma caixa misteriosa. Se eles apertarem o botão do objeto, ganharão a quantia de um milhão de dólares, mas ao mesmo tempo serão responsáveis pela morte de uma pessoa que eles não conhecem.

Unindo o suspense psicológico com a ficção científica, “A Caixa” assume um ritmo de urgência e deixa o espectador em estado de alerta. O filme convida a desvendar o que está por trás do objeto enigmático e também propõe debates filosóficos, sugerindo que apertamos botões como esse diariamente, não matando pessoas, mas demonstrando que cada um de nossos atos geram consequências.

O diretor Richard Kelly inicia a narrativa de forma lenta - como em um filme antigo - para aos poucos aumentar a tensão e deixar a nossa curiosidade em um grau bastante elevado. Cameron Diaz e James Marsden contribuem ao projeto porque são bons atores e fazem com que o público se importe com o casal em desvantagem. Frank Langella (“Frost/Nixon”) está realmente ameaçador como o encarregado pela caixa. O rosto deformado do seu personagem foi criado em computador e causa arrepios. Assim como esse, os efeitos especiais da produção são extremamente eficientes e elegantes.

Após duas horas, “A Caixa” termina e muitas perguntas ficarão sem resposta. O mistério é revelado, mas questões importantes para a história são deixadas de lado e podem gerar irritação no público que gosta de tudo bem explicado. Mesmo com essa fragilidade, não se desmerece a façanha de ter assistido a um filme instigante, tenso e, quem diria, atual. “A Caixa” é um filme diferente, como os outros do diretor.

Nota: 8

Um Sonho Possível


Há dois anos sem lançar filme algum nos cinemas, Sandra Bullock volta com três produções em 2010 e termina o ano como a atriz mais rentável do período. Depois de algumas bombas (“Premonições”, “Miss Simpatia 2”, “A Casa do Lago”), a atriz apostou no seu terreno mais confiável – a comédia – e realizou “Maldita Paixão” e “A Proposta”, mas foi com o drama “Um Sonho Possível”, que ela confirmou seu carisma e entregou a melhor atuação de sua carreira.

No filme, Bullock interpreta Leigh Anne, uma dondoca que abriga o desamparado Michael em sua casa. Ele é um garoto negro, de quase dois metros de altura e com mais de 100kg. Sem casa ou família, ele é encontrado por Anne andando no acostamento da estrada em um dia de muito frio. Como todo filme sobre superação, o grandalhão é aceito pelo marido e os filhos da ricaça, melhora suas notas nas provas e passa a integrar o time de futebol americano da escola.

Baseado em uma história real, “Um Sonho Possível” ganha força por ser um filme verdadeiro. Caso contrário carregaria uma mensagem positiva exagerada, já que resolve os problemas do personagem marginalizado apenas lhe dando casa e amor. O roteiro utiliza um conflito banal (apresentado logo nas primeiras cenas quando retrocede no tempo) para tornar o projeto mais profundo. O ápice anunciado no início não faz jus ao mistério. O equilíbrio entre o sofrimento e as risadas torna a sessão descontraída, principalmente, pelas cenas envolvendo o Big Mike e seu irmão menor.

Sandra Bullock convence como uma socialite bonitona que realmente se importa com as minorias. Mesmo sendo uma atriz que leva mais jeito em comédias românticas, aqui ela se desvincula do gênero para entregar uma atuação interessante, pontuada por determinação e alguns sentimentos reprimidos – esses que nunca se revelam ao público. Sua personagem, Leigh Anne, aparece em diversos momentos evitando situações e saindo de cena abruptamente. A sensação é de que ela não suporta momentos de muita emoção. Por que? Apesar de ficarmos sem descobrir, essa característica torna a protagonista diferente e mais verdadeira.

Como todo “feel good movie”, a sessão termina em alto astral, com a platéia sentindo que também pode fazer a diferença. Na tela parece tão simples, mas na prática a situação não é bem assim.

Nota: 7,5

CinemaX: 4 anos

O CinemaX está de aniversário. Em março, o blog completa quatro anos em atividade. Durante esse tempo, ocupou-se de publicar críticas sobre os filmes mais recentes e buscar desenvolver o senso crítico de seus leitores.

A primeira casa do CinemaX foi um site hospedado no programa GooglePages, que ficou em funcionamento durante 2006 e 2007. No primeiro ano foram realizadas 24 postagens e no segundo o número subiu para 70. O endereço ainda está ativo, basta clicar no link para conferir a origem do primeiro CinemaX. De lá para cá, uma evolução. Ainda bem.


Esse primeiro projeto contava também com as sessões “Lançamentos em DVD” (resenha dos principais filmes do mês a chegarem nas locadoras), “Boletim dos Filmes” (lista mensal de todos os longas assistidos com sua devida ficha técnica e nota) e “Notícias de Cinema” (matérias jornalísticas sobre as novidades que em breve entrariam em cartaz).

Conforme algumas limitações (número restrito de postagens, interface complicada, endereço extenso), o CinemaX foi transferido para o Blogger e uma nova etapa iniciou. O “ambiente” possibilitava a realização de enquetes, envio de feeds, comentários dos leitores, contagem dos acessos e um layout mais organizado. Nesse formato, o blog seguiu por mais dois anos (2008 e 2009) e publicou - até o momento - 179 críticas.

Quatro anos depois da primeira publicação, o CinemaX comemora a data mudando o seu layout para um visual clean e moderno. Há pouco tempo, o blog tinha recebido um logotipo, agora conta também com uma identidade visual, marcada pelo azul, vermelho e branco.

Aproveitando o espaço de comemoração, quero agradecer aos leitores que acessam diariamente o blog e me dão motivo para seguir publicando. Peço que sigam comentando os posts. O espaço de discussão é aberto para todos que querem conversar sobre cinema. É com muita satisfação que vejo os comentários de publicações como “Sem Medo de Morrer”, nos quais foram travadas várias hipóteses para o final do filme.

Também não poderia deixar de citar algumas pessoas que me ajudaram na elaboração do CinemaX: primeiramente, à professora Raquel Recuero, uma grande incentivadora de projetos acadêmicos voltados ao jornalismo digital, à Gabriela Zago que me auxiliou no comando das ferramentas do GooglePages e, por fim, ao meu colega e amigo Marcos Leivas, que na época tinha um blog de crônicas bastante acessado (“Palavra de Guri”) e que me deu o empurrão que faltava para criar o meu.

Obrigado à todos e bons filmes.

Max Cirne