O Sonho de Cassandra


Realmente existe uma certa semelhança entre O Sonho de Cassandra e Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto. Coincidência ou não, os dois abordam como tema central a cobiça e ambição do homem comum, exemplificada através de um crime que procura se justificar no momento em que gera um bem maior. Os dois projetos foram lançados com poucos meses de separação, o primeiro deles foi o filme de Woody Allen.

O veterano diretor retorna à tramas policiais equivalentes a Crimes e Pecados e Match Point. A ironia se faz presente, acampanhada de bons diálogos, tensão contínua e uma evolução que se desenvolve pouco a pouco, sem se apressar para o trágico final. Talvez o defeito do filme seja utilizar um tema tão interessante e não aprofundar o suficiente. A consequência disso foi a realização de um thriller de entretenimento envolvente e curioso. Poderia ser muito mais.

A dupla Ewan McGreggor e Colin Farrel já foi melhor. As escolhas equivocadas dos últimos anos podem ter atrapalhado a auto-estima dos atores, impossibilitando performances semelhantes à de outrora. Farrel, por exemplo, apesar de estar bem em cena repete o mesmo personagem do recente Na Mira do Chefe. Ou o contrário? O personagem de Na Mira do Chefe repete esse aqui? De qualquer maneira, foi preguiça.

Em contrapartida, é inegável a capacidade impressionante de Allen contar, a cada ano, uma nova história fascinante. O periodo de espera por seus filmes é feita com contagem regressiva e o resultado dificilmente revela-se decepcionante. Se O Sonho de Cassandra teve apenas boas críticas foi porque a expectativa que ronda o nome do diretor acaba por produzir uma cobrança muito elevada. Talvez se os críticos assistissem o filme desconhecendo o envolvimento do cineasta teriam aproveitado muito mais.

Nota: 7,9

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