Um Sonho Possível


Há dois anos sem lançar filme algum nos cinemas, Sandra Bullock volta com três produções em 2010 e termina o ano como a atriz mais rentável do período. Depois de algumas bombas (“Premonições”, “Miss Simpatia 2”, “A Casa do Lago”), a atriz apostou no seu terreno mais confiável – a comédia – e realizou “Maldita Paixão” e “A Proposta”, mas foi com o drama “Um Sonho Possível”, que ela confirmou seu carisma e entregou a melhor atuação de sua carreira.

No filme, Bullock interpreta Leigh Anne, uma dondoca que abriga o desamparado Michael em sua casa. Ele é um garoto negro, de quase dois metros de altura e com mais de 100kg. Sem casa ou família, ele é encontrado por Anne andando no acostamento da estrada em um dia de muito frio. Como todo filme sobre superação, o grandalhão é aceito pelo marido e os filhos da ricaça, melhora suas notas nas provas e passa a integrar o time de futebol americano da escola.

Baseado em uma história real, “Um Sonho Possível” ganha força por ser um filme verdadeiro. Caso contrário carregaria uma mensagem positiva exagerada, já que resolve os problemas do personagem marginalizado apenas lhe dando casa e amor. O roteiro utiliza um conflito banal (apresentado logo nas primeiras cenas quando retrocede no tempo) para tornar o projeto mais profundo. O ápice anunciado no início não faz jus ao mistério. O equilíbrio entre o sofrimento e as risadas torna a sessão descontraída, principalmente, pelas cenas envolvendo o Big Mike e seu irmão menor.

Sandra Bullock convence como uma socialite bonitona que realmente se importa com as minorias. Mesmo sendo uma atriz que leva mais jeito em comédias românticas, aqui ela se desvincula do gênero para entregar uma atuação interessante, pontuada por determinação e alguns sentimentos reprimidos – esses que nunca se revelam ao público. Sua personagem, Leigh Anne, aparece em diversos momentos evitando situações e saindo de cena abruptamente. A sensação é de que ela não suporta momentos de muita emoção. Por que? Apesar de ficarmos sem descobrir, essa característica torna a protagonista diferente e mais verdadeira.

Como todo “feel good movie”, a sessão termina em alto astral, com a platéia sentindo que também pode fazer a diferença. Na tela parece tão simples, mas na prática a situação não é bem assim.

Nota: 7,5

1 comentários:

Alex Montanga disse...

Alô, Max! Achei esta tirinha engraçada e imagino que vais gostar hehe. Abração!!

"Mas afinal, qual é a função social de um cinéfilo!??"

http://chiqs.blog.uol.com.br/arch2010-03-01_2010-03-31.html#2010_03-01_15_01_45-129592153-0

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