À Prova de Morte


O projeto Grindhouse da dupla Rodriguez e Tarantino não tinha como ser um sucesso. Os filmes são os menos populares de toda a carreira dos diretores. A homenagem à podreira saiu melhor no sensacional Planeta Terror, mas À Prova de Morte também possui seus atrativos.

O cultuado Quentin Tarantino apresenta seu quinto longa-metragem saboreando o máximo da cultura pop. Os diálogos aparentemente superficiais são recheados de referências ao universo singular do diretor. Outro elemento em cena bastante explorado são as mulheres, cuja sensualidade é vista em vários takes que valorizam as curvas das beldades.

Inevitavelmente, duas cenas destacam-se pela apresentação na tela: o acidente fatal na primeira hora do filme é tão cruel e impactante a ponto de deixar o público chocado. De forma inteligente, a cena repete quatro vezes para mostrar o destino de cada personagem. A segunda sequência memorável é a perseguição de pura adrenalina já perto do final, quando Tarantino reproduz uma cena do filme Vanishing Point.

À Prova de Morte é formado por várias outras cenas deliciosas, principalmente para quem entende de cinema. Os requebrados das atrizes, o culto à bebida, o personagem canastrão de Kurt Russell, a morte violenta de Rose McGowan, a participação especial do próprio diretor e a fotografia de cores vibrantes contribuem para a elobaração de uma película única. O que prejudica a obra é o excesso de diálogos. Apesar de alguns serem verdadeiras pérolas, outros são fúteis e descartáveis. Com um pacote mais enxuto, o produto seria um deleite para os fãs do diretor.

Ainda assim, Tarantino é Tarantino e a sessão de qualquer filme dele é praticamente um orgasmo.

Nota: 8,0

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