Os Informantes


Os livros de Bret Easton Ellis apresentam como temas centrais drogas, sexo, violência, rock e muita grana. Adaptação de um livro de contos do autor, “Os Informantes” aborda justamente esses tópicos para retratar o hedonismo dos anos 80 em Hollywood, que até hoje ainda vigora mas de forma disfarçada. Esse culto ao lazer é destrinchado pelas diversas narrativas, demonstrando que essa vida deslumbrada leva a auto-destruição.

O pacote inclui uma equipe de atores totalmente empenhados em convencer na pele de seus personagens e muitos realizam uma de suas melhores interpretações. Os novatos Jon Foster e Amber Heard representam perfeitamente os jovens perdidos na cidade do pecado – o que pode ser analisado em diferentes esferas.

Ao compará-la com o livro, a versão cinematográfica ganha pontos por conseguir unir as histórias e transformá-las em uma única. Os encaixes desse quebra-cabeça proporcionam uma adaptação justa – embora que não consiga transpor toda a acidez da escrita de Ellis, que só será inteiramente compreendida ao ter o livro em mãos. O longa-metragem cria desfechos novos para alguns personagens e torna o filme mais completo, deixando às claras a discussão sobre aproveitar o brilho efêmero desta vida de luxo ou reduzir-se a mediocridade e pequenez dos demais. O lance é a futilidade de quem está no topo, que só vai perceber o que está realmente fazendo quando as luzes que ofuscam a sua visão forem embora, deixando a realidade exposta.

“Os Informantes” é um filme para poucos – assim como os livros do autor – e a crítica a esse mundo vazio fica para quem conseguir captar a essência por trás das tortuosas tramas. Se você acabar odiando a produção, pelo menos terá assistido Amber em cenas deliciosas na qual comprova toda sua estúpida beleza e só por isso o filme já terá valido a pena.

Nota: 8,5

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