O Banheiro do Papa


A chegada do Papa João Paulo II promete movimentar a pequena cidade de Melo, no Uruguai. As famílias mais necessitadas enxergam nesse evento o potencial de sair da amargura, e assim, gastam suas economias para montar bancas de comidas para os visitantes. Beto é um deles, mas diferencia-se ao construir um banheiro no quintal de sua casa para atender os turistas.

A esperança de melhorar de vida é elemento fundamental dessa co-produção entre Uruguai e Brasil. As cenas gravadas nos pampas de Bagé não tornam o filme um produto nacional, o projeto é estrangeiro, difundindo a cultura daquele povo sofrido vivendo na fronteira entre os dois países.

Mesmo com dificuldades, o cinema uruguaio vem ganhando destaque, principalmente, após o longa-metragem Whisky. Este aqui é um filme modesto e bastante realista, onde a plasticidade da fotografia cinematográfica não é fortemente explorada porque opta-se por imagens cruas de maior significado.

Baseado em um episódio real, O Banheiro do Papa é dirigido por César Charlone e Enrique Fernández, que souberam valorizar a trama com planos cinematográficos simples e belos. Uma história triste sobre um povo esquecido.

Nota: 7,0

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