O Curioso Caso de Benjamin Button


Não há palavra melhor para definir o novo filme de David Fincher que “curioso”. Talvez seja por isso que ela está bem estampada no título da produção! A trajetória de um bebê com a aparência de um idoso que vai rejuvenecendo com o passar dos anos encantou o público e os críticos. Para completar, o filme foi recordista no Oscar 2009 com 13 indicações.

Ao ter como base um conto de poucas páginas de F. Scott Fitzgerald, o roteiro acabou obrigado a estender a narrativa, criando assim novas situações e desenvolvendo melhor a estranha faceta do protagonista. Por mais bizarro que possa parecer, o caso de Benjamin Button é muito bem explicado na tela e não deixa furos. As repostas que podem surgir antes de assistir o projeto são respondidas com êxito e, sem dificuldade, o espectador mergulha no universo singular da produção.

Dessa forma, assistimos a existência de um ser humano de trás para frente, e no caminho, muitos questionamentos são discutidos. O debate primordial é sobre a morte, seu fantasma sempre presente, explícito nos primeiros sinais do envelhecimento até a chegada inevitável. É por isso, que questionamos ser como Button: ao momento que vamos ficando mais jovens, ficamos também mais sábios. Não seria o ideal?

Há muito o que se aproveitar desta análise - também nos quesitos técnicos. David Fincher entrega uma obra mais acessível que seus projetos anteriores, como “Clube da Luta” e “Zodíaco”. A direção impecável mostra um diretor no auge da carreira e apaixonado pelo cinema. A direção de arte é fenomenal, assim como os fantásticos efeitos especiais, verdadeiras pérolas da tecnologia digital. Brad Pitt comprova mais uma vez seu talento e nos brinda com uma atuação fora do sério, principalmente quando encarna um velho de 80 anos.

Incrivelmente, o melhor momento do longa é seu início, quando observamos o nascimento de uma ser repleto de doenças que vai perdendo as rugas e ficando cada vez mais jovem. A parte da juventude não é de toda ruim, porém é mais fraca que as demais. Também não é nada que prejudique o andamento. Além de tudo, o filme é uma grande história de amor, sustentada pelo o que o cinema tem de mais rico. A paixão de Fincher pela obra transcende a tela e o resultado não poderia ser outro.

Nota: 8,5

2 comentários:

jpallemand disse...

O filme é muito bom, e bonito também, com várias mensagens e pontos de vista interessantes. Mas às vezes é meio enfadonho. Slumdog é mesmo melhor. hehe

Larissa Harres Zucchelli Bittencourt disse...

O filme é bom, mas não sei se eu estava em um momento muito propício para compreender as mensagens. O que foi dito é que tudo tem o seu momento certo e que devemos ter paciência para esperar. No romance é isso que acontece, eles esperam até que se encontram no meio da vida e depois devem se afastar novamente, ou seja, "que seja eterno enquanto dure". Mas confesso que esperava mais do filme...achei descomplicado de mais.

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