Choke


É perceptível o estrago que fizeram no texto corrosivo de Chuck Palahnick nesta adaptação da obra “No Sufoco”. O autor de “Clube da Luta” tem seu livro massacrado por uma falta de cuidados e escolhas criativas muito abaixo do óbvio. A narrativa possibilitava tantas liberdades poéticas que é deplorável constatar o resultado frustrante e enfadonho.

Victor Mancini é viciado em sexo, trabalha em um parque temático vestido de vassalo irlandês e costuma afundar grandes pedaços de comida goela à abaixo em restaurantes para se sentir querido. Este é o personagem central de “Choke”, uma comédia de humor negro que funciona nas páginas de Palahnick, mas nas mãos do ator Sam Rockwell isso não acontece.

O astro de “Confissões de Uma Mente Perigosa” e “Os Vigaristas” tentou despontar em Hollywood mas não conseguiu. Porém quando quer, ele é um bom ator e aqui não parece que Rockwell tenha se esforçado: sua interpretação não é nada empolgante. Angelica Huston, como a mãe do personagem alterna bons momentos com cenas robotizadas. Ao geral, dá raiva de assistir o desastre de um texto genial sendo tão mal aproveitado na tela. Os culpados não são só os atores, mas toda a equipe que não consegue realizar uma cena memorável perante a transposição de uma obra de sequências inesquecíveis.

Incrivelmente, o longa foi premiado no Festival de Sundance com o Prêmio Especial do Júri.

Nota: 4,0

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