Uma Mãe em Apuros


Todos nós sabemos que as crianças são seres endiabrados e precisam de monitoramento 24 horas. Justamente pela intensa dedicação, as mães acabam abdicando do campo profissional e da vida social para poder cuidar de suas crias. “Uma Mãe em Apuros” aborda essa questão: Eliza abandona sua promissora carreira como escritora para cuidar da casa, do marido e dos dois filhos. Durante o longa, acompanhamos um dia na vida da protagonista, que tenta levar as crianças para a escola, passear com o cachorro, fazer compras, ajudar a vizinha idosa e organizar uma festa de aniversário para a filha no final da tarde.

Vendida como comédia, a produção engana quem está à procura de um passatempo divertido no estilo de “Um Tira no Jardim de Infância” ou “Operação Babá”. Praticamente um drama, o filme observa Uma Thurman sempre descabelada, suada e quase tendo um infarto orque tudo resolveu dar errado. É difícil acreditar que todos os dias de sua vida são assim. As situações são tão estressantes e fora do comum que a lei de Murphy certamente foi aplicada com rigor para sacanear a personagem.

“Uma Mãe em Apuros” ao invés de tratar o assunto de forma verdadeira ou com humor, prefere criar acontecimentos forçados para tentar afirmar que as mães urbanas são “heroínas”. O exagero está presente nas atitudes inconseqüentes de Eliza como, por exemplo, quando ela resolve colocar na internet que sua melhor amiga se masturba com os brinquedos do filho ou então quando ela discute com os vizinhos por não ter tempo de limpar da calçada as necessidades do seu cachorro ou ainda quando briga no trânsito porque ela está trancando a rua e não quer sair.

Seguindo nessa linha, as demais situações também são sofríveis e pouco reais. O roteiro utiliza o recurso da personagem ter um blog para poder desenvolver os seus conflitos de “jovem mamãe”. Essa técnica foi incorporada com êxito no seriado “Sex and the City” e até mesmo no recente filme “Julie & Julia” – porque são elementos vitais para o andamento da narrativa. Aqui, é uma preguiça do texto que prefere trabalhar os problemas através de narrações tediosas. Para completar o acúmulo de insatisfações, ao término, tudo se encaminha para o clássico “final feliz” renunciando os problemas que Eliza vivenciou pouco tempo antes. Tenha dó.

Nota: 2

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