Viagem a Darjeeling

Wes Anderson é como um ícone do cinema indie popular. O cara reúne um time de astros para cada um de seus filmes e utiliza a mesma identidade visual em todos eles. Algum problema nisso? Nenhum. É mais um dos motivos para considerá-lo um gênio. Pode ser exagero, mas é fato que não há experiência parecida como a de assistir um de seus projetos.

Dessa vez, o tema é o reencontro de três irmãos - afastados por mais de um ano após a morte do pai. O mais velho decide organizar uma jornada espiritual, tanto para uni-los como também para visitar a mãe que entrou em parafuso e decidiu virar freira na Índia. Por isso, os protagonistas embarcam em uma espécie de Expresso do Oriente, chamado de The Darjelling Limited (título original do longa). Enquanto o trem percorre cidades turísticas, os três homens desajustados irão aprender a conviver novamente juntos.

Pode ir esquecendo as seqüências emocionantes e melosas de reconciliação. Aqui as expectativas são quebradas na cena seguinte e a falta de ritmo não cria nenhum clímax. O cinema do diretor é diferente mesmo e o que há de excêntrico é visto na tela. A exuberância de cores característica de seus trabalhos é reinventada com os tons multicoloridos e vibrantes do exótico país.

Para os espectadores ainda não familiarizados com o ambiente, o indicado é evitar a procura pelo propósito de cada elemento, e sim valorizar o conjunto do passeio. São belas imagens, uma trilha sonora bacana, atores divertidos (destaque para Adrien Brody) e as cenas em slow-motion que intensificam a dramaticidade e a estética. O roteiro não é um dos mais inspirados de Anderson, só que mesmo assim significa um entretenimento acima da média.

Nota: 7,5

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