Onde os Fracos Não Tem Vez


Não adianta que o meu gosto não bate com o dos irmãos Coen. Suas obras, na maioria, soam estranhas para mim. Isso aconteceu até mesmo com os cultuados Gosto de Sangue e Fargo. Já outros filmes como Ei, meu irmão, cadê você? e Matadores de Velhinhas não me convenceram do talento da dupla. O Amor Custa Caro é simpático, mas com doses de bizarrice e Barton Fink consegue enlouquecer o espectador. Não que sejam filmes ruins, nenhum deles é, mas após assisti-los não se sabe se o que foi visto é realmente bom.

Novamente, a sensação de desconforto paira ao final do maior sucesso, e provavelmente o melhor filme dos diretores, Onde os Fracos Não tem Vez. A caçada do assassino indestrutível pelo caubói que acha uma maleta de dinheiro é tensa e emocionante. A direção impecável sabe contar a trama pesada com a densidade exata para o contexto, aproveitando para realizar tomadas sem pressa que valorizam as emoções e a interpretação dos atores.


Tão bem construída quanto a premiada personificação de Javier Barden, a atuação de Josh Brolin é de igual impacto, rivalizando com o seu antagonista sem medo. A força desses dois homens na tela é tanta que seguram sufocantemente o longa-metragem até o desfecho. Barden, em uma atuação poderosa, representa o mal enraizado na nossa sociedade. E é essa a idéia principal, tanto do texto original baseado no livro de Comarc McCarthy como do longa-metragem: uma análise sobre a violência contemporânea. Por isso, aquele final em aberto que deixa claro a proposta do projeto.

Foi aí a falha dos Coen, que preocupados demais na recuperação da maleta cheia da grana, esqueceram de desenvolver nas duas horas de filme a crítica social que querem que o espectador engula na última cena. Assim, o público se sente traído com o corte na narrativa linear e o estrago feito na conclusão.

Onde os Fracos Não Tem Vez não quer ser apenas um filme de ação, ele quer que o espectador questione - apesar de não explicar o suficiente e deixar elementos vagos.

Nota: 7,6

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá,Max.Tudo certo?
Concordo com vc em sua crítica, pois também achei o fim desse filme, absolutamente vago.Entretanto, recomendo a você, assistir "O Grande Lebowsky" que segue a mesma linha de filme dos irmãos Cohen, com finais vagos mas que de certo modo acaba por ser divertido.
Posso adicionar vc no meu blog roll?
Um abraço

Anônimo disse...

Concordo com o amigo com relação ao Lebowsky.

Mas assim: esses irmão são um caso complexo na minha vida. As histórias realmente me prendem. Vou com toda sede do mundo ao pote, fico encantado. E quando eu acho que vou matar a minha sede com um golão bem refrescante, puf, acabou. Desidrato.

Bom que daí da pra discutir bastante depois. Não é fechado. Mas não gosto. :(

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