O Segredo de Seus Olhos


Representante do cinema argentino no Oscar 2010, “O Segredo de Seus Olhos” entrou na disputa e surpreendeu. As apostas anunciavam com disparada vantagem a vitória do alemão “A Fita Branca”, realizado pelo diretor Michael Haneke. O prêmio acabou nas mãos dos nossos "hermanos" por uma questão de simpatia com a obra. Entre os dramas indicados, o filme era o único que introduzia um humor contagiante, responsável por tornar a história densa em um entretenimento mais leve.

Na trama, Benjamin Esposito é um oficial da justiça aposentado que decide escrever um livro baseado em um caso que aconteceu há 30 anos. A investigação do passado envolve o estupro e o consequente assassinato da esposa de um bancário. Para encontrar o culpado, ele conta com a ajuda de seu colega e amigo Sandoval e da nova chefe Irene.

O caráter de filme policial é diluído pelas tiradas cômicas do roteiro e as situações dramáticas envolvendo Benjamin e Irene, que protagonizam um caso de amor não concretizado. Nesse caminhar, o filme apresenta diálogos simplórios, cenas com propósito único de serem engraçadas e um ritmo bastante lento. O ator principal (e preferido do diretor do filme Juan José Campanella) não consegue injetar o "fogo" necessário para o importante romance da trama e permanece durante todo tempo com uma cara de “sono eterno”.

“O Segredo de Seus Olhos” ganha pontos com seu curioso final, que conclui a história de forma muito interessante e dando valor para os conflitos dos personagens. Mesmo com um resultado irregular, a fórmula deu certo: tornou-se o filme nacional de maior sucesso de bilheteria na Argentina nos últimos 35 anos e ainda arrecadou o prêmio mais importante do cinema.

Nota: 7,3

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