Linha de Passe


Walter Salles e Daniela Thomas, em mais uma parceria, realizaram uma obra aparentemente simples com Linha de Passe. Mas, pouca gente sabe que o filme levou cinco anos para ser feito. Todo esse tempo reflete no cuidado com o projeto e a preocupação sem limites com a autenticidade. Ao assistí-lo, é inevitável constatar que a realidade invadiu o filme: quem comanda as cenas são aqueles personagens vivos na tela.

Com tantos filmes abordando o lado negativo da periferia, Salles decidiu apostar em uma história que mostrasse essas pessoas com humanidade. Uma das questões discutidas é a dualidade entre uma família disfuncional, sem a ausência de um pai, com uma cidade gigante e opressora como São Paulo. A mãe (Sandra Corveloni) e seus três filhos sobrevivem o dia-a-dia em um mundo de devoradora desigualdade.

A sensibilidade como o diretor trata seus personagens encanta o mais duro dos corações. Linha de Passe é um trabalho caprichado, bonito de assistir e sentir, portanto, nem um pouco simples. Os atores estreantes em cinema (com exceção de Vinícius de Oliveira) dão um show a parte. Salles aparece mais maduro do que nunca, e esse projeto demonstra toda essa confiança.

Nota: 7,5

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