Invictus


“Invictus” retrata um período decisivo na história da África do Sul. Em 1994, o recém presidente Nelson Mandela utilizou de um esporte tipicamente inglês, o rugby, para terminar com as diferenças raciais no país. Esse episódio verdadeiro e inspirador foi registrado com certa deficiência pelo competente diretor Clint Eastwood.

A produção apresenta um conjunto de cenas truncadas, orquestradas por um roteiro com pouca direção, que confere ênfase em certos momentos para questões políticas, depois passa para as partidas de rugby e termina com sentimentalismo duvidoso. A tentativa de abordar com profundidade várias esferas do fato proporciona quebras de ritmo constantes, sem conseguir fluir com êxito na história. Perdidas no roteiro também estão cenas que procuram gerar suspense, como aquela em que um furgão misterioso se aproxima de Mandela, ou então quando vários planos focam um avião prestes a colidir com o estádio.

No meio do furacão, Morgan Freeman desempenha uma boa interpretação como o ídolo do povo e tem no personagem a atuação pela qual sempre será lembrado. Em contraponto, Matt Damon não encontra chances de se destacar como o capitão do time de rugby. O único momento que conhecemos melhor a sua figura é quando ele se mostra inseguro perante o convite de conhecer o presidente.

“Invictus” sequer foi indicado aos principais prêmios (basicamente referentes a atuações) no Globo de Ouro e Oscar. Entre a nova e tão respeitada fase de produções dirigidas por Clint Eastwood, o filme mostra-se um projeto inferior do cineasta. Ironicamente o filme que poderia ser o mais fácil de realizar, conforme a fácil identificação do público com o episódio, acabou se revelando o mais falho de sua carreira. Apesar das ressalvas, o longa pode ser assistido com um olhar despreocupado e revelar-se um bom (e até emocionante) passatempo.

Nota: 7

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