Crítica: American Pie - O Reencontro




Um grupo de amigos dispostos a tudo para perder a virgindade antes do baile de formatura marcou o retorno das comédias adolescentes picantes para as novas gerações. "American Pie - A Primeira Vez é Inesquecível" foi um tremendo sucesso em 1999 e rendeu duas sequências com o elenco original e quatro títulos lançados diretamente em vídeo. Treze anos depois do primeiro filme, Jim e sua turma voltam para conferir um nostálgico e hilário capítulo final à série com "American Pie - O Reencontro".

Os icônicos personagens precisam encaram a vida adulta nesta nova produção. Jim e Michelle estão casados e têm um filho de dois anos, o que faz com que se afastem sexualmente. Kevin também é casado e interpreta o marido exemplar. Oz virou apresentador de um programa esportivo na televisão e namora uma modelo. Finch mantém contato apenas pelo Facebook, postando fotos em diversos países do mundo. Todos eles, incluindo o incorrigível Stiffler, irão se encontrar para a festa de reunião da turma de 1999.

Apesar do humor escrachado, vulgar e grosseiro que não poderia faltar, o projeto apresenta maturidade ao mostrar que os tempos mudaram. Na casa dos trinta anos, todos agora possuem responsabilidades, seja com a esposa, com o filho, com o trabalho ou com as demais escolhas que foram feitas nesse caminho. O filme faz questão de revisitar amores antigos e boas lembranças que a turma viveu. Existe uma busca pela satisfação e felicidade em cada um deles, aspirações urgentes que os jovens tanto almejam atualmente.

A aura que cerca o projeto é de nostalgia ao observar um autêntico reencontro - porque, além de reunir personagens, é a união de atores que tiveram suas carreiras lançadas pelo sucesso do original. E, para o público, que se divertiu com essa turma durante a adolescência, revê-los é um terno prazer. A identificação vem ainda de qualquer pessoa que integrou um forte grupo de amigos durante a escola.

O novo "American Pie" é um filme de grupo. Com um roteiro muito bem executado, promove o retorno de todos os personagens da série, mantendo-se fiel às suas características e conferindo a devida importância a cada um deles na conclusão. Incluindo nesse conjunto, os característicos (e constrangedores) diálogos entre Jim e seu pai - aliás, o veterano é responsável por cenas impagáveis nessa produção.

Quem, para variar, rouba a cena é Sean William Scott como Stiffler. Ele é o único que não mudou: continua festeiro, sacana e conquistador. Stiffler não se enquadra nessa nova realidade e não consegue lidar bem com as dificuldades da vida, permanecendo um adolescente. O interessante é que o roteiro valoriza sua figura e o coloca como a essência de que todos perderam, de quem eles eram anteriormente.

"American Pie - O Reencontro" consegue trazer de volta toda loucura da juventude e proporcionar muitas gargalhadas. Um resultado admirável para o oitavo filme de uma série de comédia. É ao mesmo tempo perceber e não perceber que o tempo passou. É reencontrar uma turma que fez parte da nossa vida, tanto na tela como nas memórias pessoais. É rever um divertido passado que deixamos para trás.

Nota: 8,4

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