Crítica: Ted


Um urso boca-suja desbancou concorrentes de peso e garantiu vaga no ranking das maiores bilheterias do ano. “Ted” é o sucesso surpresa de 2012, com mais de 470 milhões de dólares arrecadados pelo mundo, tornando-se a comédia número 1 entre aquelas com classificação R (proibida para menores de 18 anos). O segredo do filme está nos diálogos espertos preenchidos por um humor sarcástico e infame, na maior parte das vezes proferido por um fofo bichinho de pelúcia.

Na produção da Universal Pictures, Mark Wahlberg interpreta John, um adulto infantilizado, que ainda não encontrou seu lugar no mundo. Quando criança, ele ganhou um urso de presente e pediu a uma estrela cadente que Ted fosse seu amigo. A partir disso, o brinquedo ganha vida e transforma-se em celebridade. Trinta anos depois, John trabalha como balconista em uma loja de aluguel de carros e Ted, sem a fama do passado, virou um vagabundo profissional. O impasse surge no momento em que Lori (Mila Kunis), a namorada de John, pede que o urso saia de casa para ter sua independência.

A comédia marca a estreia de Seth MacFarlane no cinema, o criador da série televisiva “Family guy”. O diretor e roteirista, que costuma atacar a moral e o conservadorismo americano, recebeu críticas fervorosas por incentivar as drogas e a vida fácil, sem estudo ou emprego, como foi o caso polêmico do deputado Protógenes Queiroz que se pronunciou revoltado no Twitter. O feito só incentivou a repercussão do filme e o aumento de sua arrecadação no Brasil.

Tanto alvoroço se justifica porque Ted é um urso que aparece cercado de prostitutas, fumando maconha, bebendo cerveja, falando inúmeros palavrões, dirigindo carro usando celular, apalpando seios de uma mulher e simulando sexo com um picolé e uma máquina registradora, além de disparar comentários preconceituosos. Curiosamente, esse conjunto de piadas ácidas funciona tão bem que as gargalhadas são involuntárias. E afeição com uma critura adorável e grotesca torna-se imediata.

“Ted” é um filme ousado, que segue à risca a cartilha das piadas policamente incorretas e aproveita-se de referências da cultura pop (Susan Boyle, Flash Gordon, Superman, Katy Perry e outros) para tirar muito sarro. A história de amizade com doses de humor negro e pastelão virou sensação nos cinemas e sua continuação está aprovada. Extremamente engraçado, o filme pode ser considerado, junto a “American Pie - O reencontro”, uma das melhores comédias do ano.

Nota: 8,1

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