Crítica: O Protetor



Antes mesmo do lançamento de "O Protetor" nos cinemas, o estúdio da Sony já havia encomendado uma sequência do filme para 2015. A notícia comprova a clara intenção de transformar o projeto em uma franquia, seguindo o estilo do seriado dos anos 1980 "The Equalizer", o qual o filme é baseado. Como esse primeiro capítulo estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos Estados Unidos,  do Canadá e do Brasil, a decisão foi acertada.

"O Protetor" acompanha a vida de Robert Call (Denzel Washington), que durante o dia trabalha como atendente em uma loja de ferramentas e à noite lê livros na lanchonete da esquina de casa. Lá, ele conhece uma prostituta russa (Chloë Grace Moretz) sob esquema de tráfico de pessoas. Assistindo aos abusos que a jovem sofre diariamente, Robert decide agir. 

O homem pacato revela ser uma máquina de matar, enfrentando todo o eixo leste da máfia russa em sequências cada vez mais violentas. Tem-se mortes com abridores de garrafas, peso de papel, arames farpados e até furadeiras. E, além da defesa da sua protegida, o veterano passa a ajudar aqueles a sua volta, como os colegas de trabalho. 

Robert, na verdade, é um ex-agente da CIA que trabalha no comércio para disfarçar a sua perigosa personalidade. Provocado pelas injustiças sociais, ele sai das sombras e se torna um justiceiro, praticamente um herói urbano. O que intriga é se esse rastro de sangue terá consequências, pois pouco mostra-se sobre o aval de seus superiores quanto ao método sem freios do Protetor. 

No auge da carreira, com um salário de 20 milhões de dólares, Denzel Washington protagoniza a suposta série de títulos e convence como um sujeito ameaçador, hábil em inúmeros golpes - mesmo estando prestes a completar 60 anos. Na outra ponta da balança, Marton Csokas equilibra o duelo como um vilão igualmente sombrio. 

Porém, o embate entre eles somente ocorre nos últimos minutos da projeção. O diretor Antoine Fuqua aposta em um ritmo lento no início, que desenvolve a relação do policial aposentado com a garota - o que seria a motivação para revelar sua verdadeira identidade. Somente na segunda metade que a produção ganha ares de filme de ação.

"O Protetor", a nova parceria entre Washington e o cineasta (os dois haviam trabalhado juntos em "Dia de Treinamento", que rendeu um Oscar para o ator), é um bom entretenimento. O sucesso nos cinemas só torna ainda mais garantido o futuro da franquia. Não por menos os produtores deixaram uma pista ao final do filme, quando o herói atende um pedido de ajuda pela internet. Exatamente como ocorre a cada novo caso do seriado.

Nota: 7

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