Para Roma, Com Amor


Nos últimos anos, o diretor Woody Allen realizou um roteiro turístico por cidades da Europa. Em 2005, saiu da sua habitual Nova York, retratada em inúmeros filmes da carreira, e filmou “Match Point” em Londres. Na sequência, a metrópole inglesa serviu de locação para “Scoop - O Grande Furo” (2006), “O Sonho de Cassandra” (2007) e “Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos” (2010). A Espanha também recebeu sua ilustre visita em “Vicky Cristina Barcelona” (2008), assim como a França com “Meia-noite em Paris” (2011). Agora, este ano, é a vez da capital da Itália ser retratada com todo seu charme pelo olhar inconfundível do cineasta na encantadora comédia “Para Roma, Com Amor”.

O flerte de Allen com a cidade é delicioso de assistir. Assim como nos filmes antecessores, a vontade é de comprar uma passagem de avião e embarcar para o país imediatamente. A trilha sonora, composta por clássicos como “Amada Mia, Amore Mio” e “Nel Blu Dipinto di Blu (Volare)”, somada às belas imagens de cada recanto de Roma conferem a ambientação perfeita para os romances que se desenham na tela. Pequenos fragmentos de visitantes e moradores da cidade compõem o roteiro do longa-metragem.

Como diz o personagem que abre o filme: “Em Roma tudo é uma história”. Na produção de Allen, são precisamente quatro tramas: trabalhador (Roberto Benigni) vira celebridade da noite para o dia, arquiteto (Alec Baldwin) volta ao passado e confronta suas escolhas, jovem casal acaba se desencontrando em plena lua de mel e aposentado diretor de ópera (o próprio Allen) descobre um novo talento artístico.

A melhor história é de Baldwin, que revive momentos da juventude como estudante na Itália. Através da figura de Jesse Eisenberg, ele conhece a envolvente aspirante a atriz Monica (Ellen Page). A narrativa por si só, com um certo aprofundamento, já renderia um filme inteiro. Bastava injetar mais doses dos inteligentes diálogos para se ter um conto apaixonante e melancólico,  característico do veterano diretor.

No emaranhado de histórias interessantes, “Para Roma, Com Amor” apresenta uma narrativa que quebra o ritmo e difere do tom adotado pelo projeto. É a de Roberto Benigni, que poderia ser excluída sem comprometer o resultado. Sua crítica à fama possui uma conclusão pouco inspirada que termina por não cumprir o objetivo. Ao menos serve para rever o comediante Benigni em ação. Nesse mesmo sentido, o retorno de Allen como ator é muito bem-vindo - desde “Scoop” que não aparecia frente às câmeras. Ele vem acompanhado de Judy Davis, parceira de loga data que volta em forma de deleite para quem acompanhou a carreira dos dois.   

A viagem do cineasta à Itália inevitavelmente sofrerá comparações com o maravilhoso “Meia-noite em Paris”. Um confronto desleal, já que “Para Roma, Com amor” é um filme menor do diretor. Suas histórias são divertidas e de um humor delicioso, mas, no geral, não possuem uma mensagem definida. Resultam apenas em agradáveis análises sobre o comportamento humano, combinadas de forma tão interessante que conquistam a simpatia e provocam muitos risos. “Para Roma, Com Amor” pode não estar entre os melhores filmes de Woody Allen, mas será a melhor escolha entre as produções em cartaz atualmente.

Nota: 8

1 comentários:

Joicinha disse...

oi!! parabéns pelo seu blog! eu amo filmes e livros, e não tenho tempo de escrever sobre todos eles infelizmente =\
Eu tbm tenho blog e adoro escrever... ficaria dfeliz com sua visita...

Quanto a Woody allen eu adoro os filmes dele! Meia noite em Pariz, Vick Cristina Barcelona, Você vai encontrar o homem da sua vida... e agora Para Roma com amor. Confesso que fui assisti-lo sem saber que era do Woody, e já na primeira cena comentei "Esse filme tá a cara do Woody"!
dito e feito!!
sempre vou dar passadinhas por aqui!

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