Crítica: The discovery


E se fosse provado que existe vida após a morte? Seria um novo plano de existência, uma nova chance, um recomeço… Em "The Discovery", produção original Netflix, a resposta vem através de uma abordagem pessimista. O cientista Thomas Harbor identifica que, após o óbito, ondas cerebrais deixam o corpo humano. Mesmo sem saber para onde vão, a notícia acarreta uma onda assustadora de suicídios em todo planeta.

O filme não faz mistério quanto à tal descoberta e inicia com uma entrevista de Harbor (Robert Redford) para a televisão. Ele é contestado porque levou seis meses para se pronunciar sobre o caso, levando os índices de mortes a ultrapassarem um milhão. O desfecho do bate-papo é chocante, o que faz o cientista voltar à sua reclusão.

A trama, então, passa a acompanhar o neurologista Will (Jason Segel) que está indo até uma ilha visitar seu pai. Antes de chegar na mansão onde encontra-se Harbor e seu laboratório de testes, o filho se depara com Isla (Rooney Mara), uma mulher que possui um passado trágico. Os dois desenvolvem uma conexão imediata.

Cada um dos três personagens apresenta diferentes traumas e motivações. Alguns destes são interessantes para a trama, outros nem tanto. O mais intrigante na história é “a descoberta” e suas consequências, incluindo também a possibilidade de desenvolver um modo de acabar com os suicídios.

Portanto, há muito para ser abordado em pouco mais de 90 minutos, o que provoca um certo atropelo no terceiro ato. Por conta disso, acaba prejudicado por uma reviravolta sem muitas explicações. Essas características destoam perante a narrativa prévia, construída de forma lenta e com cara de drama indie misturado com ficção científica, na linha de "O Lagosta".

De qualquer forma, "The Discovery" instiga pelas perguntas que provoca, mesmo não respondendo a maior parte delas. Revela-se uma jornada melancólica, criativa e curiosa, fortalecida pelos diálogos precisos, por boas atuações de todo elenco e, principalmente, pelos dilemas proporcionados a partir do delicado tema ao qual é corajoso em se aventurar. Um filme que vale ser descoberto pelo espectador!

Nota: 8,0



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